Opinião | 31-03-2023 13:17

Educar (os pais) é essencial

Ser jogador de futebol não é só a ambição de qualquer criança, mas também a ambição dos seus pais. E os pais não se contentam com pouco. Vêem nos seus filhos Cristianos Ronaldos em potência e, como se isso não bastasse, querem que os treinadores de formação dos seus filhos, em vez de os formarem, os tratem como se fossem verdadeiras estrelas.

Tenho um neto que tem precisamente a mesma ambição que eu tinha com a idade dele: ser jogador de futebol. Acontece que, quando eu tinha a idade dele, ou seja, nos anos de 1960, ser jogador de futebol era uma profissão que estava vedada a quem soubesse comer de faca e garfo, para usar a expressão de Valentim Loureiro. Estuda, mas é e deixa-te de ideias parvas ou ainda levas uma bofetada!

Os nossos pais nem queriam ouvir falar disso. Jogar à bola era a nossa ocupação de tempos livres, com balizas feitas com pedras e num sítio qualquer, longe das vistas dos progenitores.

Acontece que o mundo mudou muito. E, hoje, ser jogador de futebol não é só a ambição de qualquer criança, mas também a ambição dos seus pais. E os pais não se contentam com pouco. Vêem nos seus filhos Cristianos Ronaldos em potência e, como se isso não bastasse, querem que os treinadores de formação dos seus filhos, em vez de os formarem, os tratem como se fossem verdadeiras estrelas.

A maioria dos pais devia ser proibida de assistir aos jogos de futebol dos seus filhos. Toda a gente se lamenta hoje da falta de educação das gerações mais novas. No entanto, o que eu constato é que as gerações mais novas estão a ser vítimas da geração dos seus pais que devia ter a responsabilidade de as educar e, em vez disso, as deseduca.

A este propósito cito Luís Enrique, ex-jogador e ex-treinador do Barça:

"Estou cansado de ver crianças a chorar, quando perdem. Há que saber ganhar e saber perder. O adversário também fez coisas muito boas.

Estou cansado de ver crianças a chorar nos torneios infantis, quando perdem. Não sei porque choram.

Há que começar a gerir a derrota, felicitar o adversário e ensinar às crianças pequenas que não se chora: há que levantar e felicitar quem ganhou. "

Santana-Maia Leonardo

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