Opinião | 31-05-2023 21:00

O efeito do vinho português na guerra da Ucrânia e a extinção de carteiristas e pedinchas graças aos pagamentos multibanco e às criptomoedas

Emails do outro mundo

Rejubilante Serafim das Neves

Rejubilante Serafim das Neves
Também rejubilei quando me informaste que a candidatura de Almeirim, Alpiarça, Cartaxo e Santarém à organização da “Cidade Capital do Vinho 2024” tinha ganho. Se por vezes nos referimos ao vinho como um produto que nos faz ver a duplicar, neste caso o efeito será a quadruplicar, o que nos deve encher de orgulho.
Já havia candidaturas à organização de grandes eventos futebolísticos em que participavam vários países. Agora com a Capital do Vinho a ideia expande-se e ganha asas, por assim dizer. Como são raras as iniciativas conjuntas no mundo autárquico, o que se terá passado??
Como foi possível alterar o figurino habitual em que cada município organiza a sua capitalzinha, seja lá do que for, sem ligar aos vizinhos ?? Será que os presidentes de câmara estiveram todos juntos numa noite de copos e... perderam a cabeça??
O vinho consegue coisas destas e consegue muito mais. Vê lá tu, por exemplo, o efeito do vinho português na guerra da Ucrânia. No primeiro trimestre deste ano Portugal vendeu quase um milhão de litros de vinho para a Rússia, no valor de 2,190 milhões de euros, o que representa um crescimento de 105%.
Como os produtos alimentares não são abrangidos pelas sanções em vez de mísseis estamos a mandar vinho. Será uma medida destinada a afectar a pontaria dos invasores? Eu já nem digo nada!
Claro que também segue vinho para a Ucrânia, mas há aqui uma nuance que os generais da brigada do reumático que comentam estas coisas nas televisões deveriam ter em conta. E também o José Milhazes e o Nuno Rogeiro vierem a fazer uma referência ao caso. Vendemos mais caro aos ucranianos do que aos russos e por isso eles compram muito menos. E não estando tão bebidos acertam mais! É uma forma de apoio que não deve ser sub-estimada.
A propósito da tua referência a um milagre da evaporação dos carteiristas que costumavam animar, digamos assim, o 13 de Maio, em Fátima, fiquei a pensar se isso não acontece por a maioria dos pagamentos já ser feito com cartões ou por transferência bancária. Um carteirista numa multidão de peregrinos arrisca-se apenas a deitar as unhas a carteiras com uns trocos e isso desmotiva qualquer um.
É o avanço da tecnologia a extinguir tradicionais actividades artísticas como essa ou como as de pedinte e arrumador de carros. Parques de estacionamento com via verde, sistemas MBWay e criptomoedas vão fazer a esta rapaziada o que os amigos dos animais não conseguem fazer às touradas.
Eu próprio, quando sou abordado por pedinchas, digo logo que sim, mas que só pago por multibanco. Pelo menos até eles começarem a usar terminais como os das lojas e restaurantes e a fornecerem o NIB ou o número da continha off-shore para transferências.
Termino com uma referência aos 60 a zero do jogo de futsal entre o Mação e o Benavente. E que tal uma candidatura conjunta à organização de um campeonato da cabazada?
Saudações goleadoras
Manuel Serra d’Aire

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