Opinião | 30-06-2023 07:00

Santarém é longe com'ó c...

Carlos Moedas, o alentejano de Beja com muito orgulho nas suas raízes alentejanas, considera que tudo o que fique fora das fronteiras da área metropolitana de Lisboa, ou seja, de Portugal, é muito longe para o que quer que seja (: ) E, pelos vistos, até a opção Santarém para a construção do novo aeroporto de Lisboa, segundo Carlos Moedas e Galamba, fica longe com’ ó c… P… que os pariu!

Durante os últimos vinte anos, assistimos ao encerramento de serviços públicos, centros de saúde, hospitais e suas valências, escolas e tribunais, no interior do país, com o argumento de que um país com 218km de largura não tem interior. Ou seja, para os lisboetas, em geral, não há necessidade de estar a multiplicar os serviços por esse país fora, se Lisboa está perto de tudo.

E o presidente da câmara de Lisboa é a imagem perfeita do lisboeta. Faz sempre questão de realçar o seu enorme orgulho nas suas raízes alentejanas. E não é um alentejano qualquer. É um alentejano de Beja. No entanto, é presidente da câmara de Lisboa e não da câmara da sua terrinha onde tem as raízes de que tanto se orgulha. Ou seja, é alentejano, mas não é parvo.

E se há algum alentejano de Beja que pensa que Beja ganha alguma coisa por ter na presidência da câmara de Lisboa um alentejano de Beja com muito orgulho nas suas raízes, está completamente enganado.

Só quem não conhecer os portugueses. Ganha tanto como os clubes de Beja e Santarém ganham com a Fundação do S Lisboa B. É, de facto, extraordinário como Lisboa, não contente em canibalizar a esmagadora maioria dos recursos nacionais, ainda consegue inventar fórmulas para seduzir os caciques a ceder-lhe os poucos recursos das autarquias que deviam ser destinados a promover a terra e os clubes locais.

Por alguma razão, os europeus gostam tanto de ter portugueses à frente das instituições europeias. Como todos sabemos por experiência própria, não há como os portugueses para lamber as botas dos poderosos e usar o chicote com os desgraçados que têm o azar de estar sob as suas ordens.

Não é, pois, de estranhar que Carlos Moedas, o alentejano de Beja com muito orgulho nas suas raízes alentejanas, considere que tudo o que fique fora das fronteiras da área metropolitana de Lisboa, ou seja, de Portugal, é muito longe para o que quer que seja.

Resumindo: para os lisboetas, Lisboa só está muito perto de Beja e Portalegre para os residentes de Beja e Portalegre que precisam de algum serviço que esteja sediado em Lisboa. Agora, para quem reside em Lisboa, Beja e Portalegre ficam no fim do mundo e no meio do mato. Deus nos livre!

E, pelos vistos, até a opção Santarém para a construção do novo aeroporto de Lisboa, segundo Carlos Moedas e Galamba, fica longe com’ ó c…

P… que os pariu!

Santana-Maia Leonardo

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