Opinião | 06-07-2023 07:00

A Maçonaria, os políticos carecas e a ladroagem

Neste período de Verão é normal haver fome de notícias nos jornais com redacção em Lisboa. Na véspera do fecho desta edição uma das nossas notícias, trabalhada no jornal ECO, era uma citação da notícia do jornal Observador que, por sua vez, tinha citado o nosso jornal como fonte. O mesmo com o Expresso, sobre uma notícia que envolve o deputado João Moura, do PSD, que ficou aziado por lhe termos descoberto a careca.

Uma tropa política que veio a seguir à geração de Jorge Lacão e Miguel Relvas, só para citar dois históricos do PS e do PSD da região, começou a aderir maciçamente à Maçonaria trocando os interesses de cidadania e de luta pela justiça e igualdade pelos negócios e negociatas. A Maçonaria também perdeu prestígio com a criação de lojas menos representativas dos ideais maçónicos; dizem que hoje há mais lojas maçónicas do que gente boa e descomprometida na política.
Participei em duas reuniões da Maçonaria ao longo da minha vida e pude confirmar o que acabo de escrever; conheci gente influente da política e do mundo das artes que se disponibilizaram para ajudar sempre que fosse preciso. Nunca precisei até hoje. Dois deles já morreram. Mas não sou maçónico nem nunca me convidaram para aderir. Falo do assunto porque acho que o grande crescimento dos partidos de extrema direita e extrema esquerda em Portugal se fica a dever ao facto do PS e do PSD, partidos que dividem o poder em Portugal, estarem cheios de dirigentes, deputados e presidente disto e daquilo, que fazem negócios enquanto fazem política ou, melhor dizendo, vendem a alma ao Diabo enquanto discursam no Parlamento, ou na tribuna maçónica, contra a corrupção.
Há muitos exemplos na região ribatejana, mas não vou citar nomes. Deixo aqui o recado aos que exibem nas redes sociais a sua vida política, mas também mostram os barcos, os cavalos, as mansões e os campos de golfe quando se distraem e caem que nem ratos naquilo que muitas vezes faz com que a ladroagem seja apanhada com a boca na botija: a vaidade que leva ao exibicionismo.


Não é com artigos de opinião que se faz jornalismo. O MIRANTE tem sido um exemplo, passe a imodéstia. A equipa é sempre pequena para a grande missão de acompanhar os principais assuntos de uma grande região. Mas a verdade é que em termos regionais somos dos poucos que levam a água ao moinho sem termos que encher chouriços com artigos sobre o sexo dos anjos. Neste período de Verão é normal haver fome de notícias nos jornais com redacção em Lisboa. Na véspera do fecho desta edição uma das nossas notícias, trabalhada no jornal ECO, era uma citação da notícia do jornal Observador que, por sua vez, tinha citado o nosso jornal como fonte. O mesmo com o Expresso, sobre uma notícia que envolve o deputado João Moura, do PSD, que ficou aziado por lhe termos descoberto a careca relativamente à sua vidinha no seio do grupo parlamentar do PSD. João Moura recusou-se a fazer o contraditório da notícia de O MIRANTE, mas quando o Expresso o contactou já foi solícito, o que só o diminui como político. Mas João Moura é daqueles que não engana ninguém e que, por mais que fique careca de saber que os seus inimigos não são os jornalistas, terá sempre por perto quem lhe faça implantes capilares a bom preço.


Esta semana regressamos ao tribunal para nos voltarmos a defender de um organismo público cujos dirigentes acham que nos podem vencer pelo medo, e pelas retaliações, como o corte de relações e a nossa inclusão no índex dos jornais a abater. Veremos o que nos vai acontecer em mais esta demanda. Certamente que ainda não é desta vez que vamos precisar da solidariedade dos amigos da Maçonaria, daqueles que ainda fazem da militância maçónica uma luta contra "a economia selvagem e a especulação desenfreada" e cujos códigos de conduta incluem "a defesa da cidadania, liberdade, igualdade, tolerância e solidariedade". JAE.

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