Chamusca sem rio e sem piscinas
À margem / Opinião
O rio Tejo no concelho da Chamusca é como se não existisse, embora os autarcas socialistas que gerem o município nos seus discursos oficiais vendam a banha da cobra e tentem fazer da zona ribeirinha uma marca distintiva do concelho. Não podiam estar a ser menos verdadeiros. Só autarcas com falta de bom-senso, como parece ser o caso de Paulo Queimado e companhia, podem continuar a desculpar-se com a típica frase da “treta”: “nós queremos fazer, mas não nos deixam”. Paulo Queimado é um político preguiçoso que dá festinhas ao seu ego todos os dias só por ser presidente de câmara. Não quer saber se vai ficar na memória por ter sido o autarca da Chamusca que deixou a população sem piscinas durante cinco anos (ou mais), sem mercado municipal durante igual período, com um centro urbano voltado de pernas para o ar e sem identidade, para não falar das alegadas negociatas com “amigos” e camaradas de partido que o colocaram como arguido.
Câmara da Chamusca continua de costas voltadas para o rio Tejo
Agência Portuguesa do Ambiente colocou uma sinalética a desaconselhar banhos no Porto das Mulheres, na Chamusca. Zona ribeirinha situada às portas da vila está ao abandono há vários anos e não existe nenhum projecto para requalificar o espaço, embora o executivo de maioria socialista o continue a vender como uma referência turística do concelho.
A zona ribeirinha da Chamusca continua ao abandono e assim deverá continuar uma vez que o município não tem planos concretos para valorizar a riqueza natural que se encontra às portas da vila. Embora o executivo de maioria socialista, presidido por Paulo Queimado, utilize a imagem do rio como uma das referências no concelho, o Porto das Mulheres e o Porto do Carvão, como são conhecidos dois lugares de maior e melhor acesso ao rio, estão sujos, com equipamentos mal cuidados e ervas a crescer nas zonas onde é comum as pessoas caminharem.
Recentemente, o Porto das Mulheres apareceu num guia turístico, editado pelo jornal Expresso, como praia fluvial da zona ribatejana. Alguns dias depois a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) colocou uma sinalética a desaconselhar banhos no local tendo em conta que “a água não está identificada como água balnear”. O assunto foi discutido na última sessão camarária, que se realizou na terça-feira, 8 de Agosto, depois da vereadora Gisela Matias (CDU) ter questionado quais as razões para a colocação da sinalética e se o município vai fazer alguma coisa para valorizar a zona ribeirinha. Paulo Queimado, presidente da autarquia, explicou que o município tinha intenção de criar uma zona balnear no Porto das Mulheres, mas que, ao invés, a entidade do Estado decidiu colocar a sinalética a desaconselhar os banhos. Tiago Prestes, também vereador da oposição (coligação “Chamusca concelho com Futuro”), desabafou, afirmando que concorda que a utilização do rio no Porto das Mulheres seja desaconselhada uma vez que o estado em que se encontra o local pode tornar-se perigoso para quem o frequenta. “A Chamusca poderia ter muito mais a dizer e ficaria muito mais valorizada com uma zona ribeirinha cuidada”, acrescentou.
Nesta altura da discussão Gisela Matias voltou a usar da palavra para dar conta de que a fonte que existe no local para as pessoas beberem água tem estado avariada. Paulo Queimado, que deu a entender não ter conhecimento da situação, disse que “provavelmente terá existido uma nova ruptura e que será reposta a situação”.
O autarca não disse, no entanto, como vai trabalhar com a sua equipa para dar dignidade à zona ribeirinha da Chamusca que, ainda assim, continua a ser procurada pela população do concelho e de concelhos vizinhos. “Gostávamos de fazer muitas coisas junto ao rio, mas não nos deixam fazer nada. Estamos na ruralidade e saímos prejudicados por isso”, disse.