Opinião | 06-09-2023 21:00

Casar aos 16 anos mas não poder beber álcool no casamento e contratar professores Wagner para resolver os problemas do ensino

Emails do outro mundo

Insurrecto Serafim das Neves

Insurrecto Serafim das Neves

Li há dias que o grupo mercenário Wagner se registou na Bielorrússia como organização educacional e que declarou essa actividade como sendo a única que desenvolve. Queres ver que depois dos médicos cubanos o Governo vai recorrer a professores Wagner, digamos assim, para resolver a falta de docentes nas nossas escolas?
E a língua não é barreira. Se os velhotes para irem às consultas vão passar a falar espanhol, e se até o presidente Marcelo já discursa em ucraniano, porque é que os estudantes não podem passar a falar a língua de Dostoiévski nas aulas?
E se não conseguirem, o inglês também é opção até porque muitos prófes daquele agrupamento educacional também o usam com êxito, como uma espécie de sabir, ou língua franca, seja em África ou noutro lado qualquer. E não é o inglês do “iá mén”, a segunda língua da nossa juventude, com lugar até, no currículo do jardim-escola?!
O Gabinete Estatístico da União Europeia, o conhecido Eurostat, divulgou há dias que Portugal é o segundo país com mais médicos a exercer por cada cem mil habitantes. São 562,04 por cada cem mil. Só a Grécia, com 692,2, tem mais médicos que nós. Sobre este assunto dos médicos estou esclarecido. A gente não os vê, mas lá que eles existem, existem.
A idade mínima para casar, ou para mudar de sexo e de nome no registo civil, é 16 anos. Claro que tem que existir consentimento dos pais mas para consumir bebidas alcoólicas é obrigatório ter 18 anos...mesmo que os pais permitam beber antes dessa idade. E com menos de 18 anos também não é permitido comprar tabaco.
Temos de aplaudir os deputados que aprovam estas leis. É tudo feito no interesse dos cidadãos e em sua defesa. Um jovem de 16 anos que se embebedasse no dia do casamento podia fazer má figura na noite de núpcias, por exemplo. E até podia sair do copo de água com a desculpa de ir comprar tabaco e nunca mais voltar. Os políticos pensam em tudo e só não fazem mais porque, coitados, não conseguem chegar a todo o lado...por muita vontade que tenham.
E há mais situações onde se manifesta a argúcia dos políticos. Olha o caso dos ciclistas. Eles podem andar na estrada sem fazerem qualquer exame de código, por exemplo, e sem demonstrar que são capazes de tirar uma mão do guiador para fazerem sinal que vão mudar de direcção. E também não precisam de ter as bicicletas registadas e identificadas ou de usar capacete e ter seguro.
Quem fez as leis não perdeu tempo com esses pormenores desnecessários. Afinal, qualquer ciclista sabe que, em caso de acidente...a culpa é sempre sua, claro. E os ossos partidos vão ser sempre os seus e não os do camionista ou do condutor do SUV que os abalroar. Para já não falar da bicicleta topo de gama feita num oito e das despesas que vai ter com a pintura dos outros veículos envolvidos. Se isso não o incentiva a aprender o código; a saber andar de bicicleta e a comprar um seguro, não vai ser uma lei qualquer que o consegue.
Saudações melómanas
Manuel Serra d’Aire

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