Opinião | 12-10-2023 07:00

O cair da máscara das Comissões (Técnica e de Acompanhamento) do aeroporto

Os fiéis do mentor-mor de Alcochete (José Sócrates) mantiveram a chama viva até à atualidade. José Sócrates, para levar avante a sua criação, também nomeou uma Comissão (LNEC-equipa) norteada pela dupla Matias Ramos-Rosário Partidário que, com base num tendencioso modelo de (idílica) cidade-aeroportuária, decidiu Alcochete.

Alguém, finalmente, teve a coragem de dizer o óbvio: as Comissões são nomeadas. O que, em linguagem política, significa que as Comissões são moldadas à vontade de quem as monta. No caso do aeroporto, o LNEC (equipa) foi, no passado, a Comissão montada pelo “sistema” e o dueto Rosário Partidário-Mineiro Aires é a conjunta Comissão hoje montada pelo “sistema” para o mesmo objetivo: Aeroporto Alcochete/mega ponte Chelas-Barreiro.

1 - O “sistema” teme o vexame da poupança do HUB Alverca-Portela versus a sua solução, por isso o excluiu do processo de decisão, mesmo sabendo o enorme prejuízo que tal decisão causa ao país

O “sistema” não entende sequer a diferença entre uma solução dual e «um aeroporto-2 terminais», nem sabe que uma pista isolada já hoje (Bombaim) faz 320.000mov/ano, ou seja, 55 milhões de passageiros, com média de 170 por voo.

E, também, desconhece a evolução tecnológica em quadro similar a airport-city Portela. Em Londres, o mais denso/complexo espaço aéreo europeu, o respetivo airport-city (1 pista-teto 110.000mov) já opera com torre-remota digital (controladores aéreos na sede NATS a 115km).

Como o “sistema” não percebe a inovação HUB Alverca-Portela, até fez uma sua (má) cópia concetual. Reinventou o Montijo (onde mal cabe uma pista de 2.400m) como núcleo principal e, assim, engendrou uma cópia canhota para substituir o original, no processo decisório.

2 - O “sistema”, por meio da Comissão nomeada excluiu o HUB Alverca-Portela na fase prévia por saber que ele poupa 10.000M€ e demora um terço do tempo

Sem sequer perceber a solução, a Comissão nomeada (Rosário Partidário-Mineiro Aires), magicou razões técnicas abstrusas para a exclusão (já desmascaradas). E, intencionalmente, excluiu a solução antes de se analisar custo e prazo, por ter na mão a documentação do HUB Alverca-Portela com poupança de 10.000 milhões de euros em relação a Alcochete e construção em um terço do tempo.

3 - Com o recente anúncio da Comissão nomeada (setembro 2023) de um enorme gasto intercalar para as soluções de raiz, entrou-se no domínio do surreal

Então não é que agora a Comissão nomeada descobriu que o seu “brinquedo” (aeroporto Alcochete / ponte rodoferroviária Chelas-Barreiro) demora mais de dez anos para abrir, obrigando a construir, de imediato, uma solução intercalar de melhorias que possa levar a capacidade da Portela até ao limite teórico de 240.000-250.000mov (46mov/h - voos à noite - atrasos constantes)?

É surreal, a Comissão nomeada, sem experiência de operação aeroportuária ou de construir grandes empreendimentos e à revelia de um contrato de concessão, desenha uma espremida versão da VINCI e diz a esta empresa − um gigantesco operador /construtor – quanto custa. Será que existe noção da complexidade e sobrecusto de construir dentro de um aeroporto exíguo a operar em sobrecarga? A estimativa da Comissão (+/- 250M€) facilmente ultrapassa 350M€, para ela “tremoços”, só mais 3,5% sobre 10.000 milhões de euros.

E que dizer do ruído? Então a Comissão nomeada sabe que o aumento de 140.000mov para 180.000mov na Portela mais que triplicou o número de pessoas afetadas acima de 65dB (de 9.500 para 37.000) e agora propõe, como medida provisória-definitiva, que o número de movimentos vá até 250.000.

É surreal, apenas há cinco meses a Comissão nomeada eliminou na fase preliminar a solução HUB Alverca-Portela (só até 110.000mov na Portela), que afeta 150 pessoas acima do nível 65dB.

4 - Colocar a 1ª fase de Alverca a operar demora só 2,5 anos e custa cerca de 300M€

Alverca tem acesso por quatro linhas férreas, dispõe de todas as facilidades e tem um conjunto pista-taxiway que será integralmente rentabilizado. Demorará só 2,5 anos para dispor de diagrama de uma pista 2.500m, apoiada por dois taxiways (um deles pista-reserva) e um taxilane, articulado com um terminal low cost para dez milhões de passageiros (planeamento entregue) e chega um investimento de 300M€ pela concessionária VINCI.

O reforço em Alverca será útil e mais rápido do que esbanjar dinheiro na Portela. A Comissão nomeada já o sabia cinco meses atrás, por isso excluiu o HUB Alverca-Portela.

Aeroporto CT Alcochete: O que torto nasce, mal ou tarde (ou nunca) se endireita

Episódio 4: Os fiéis do mentor-mor de Alcochete (José Sócrates) mantiveram a chama viva até à atualidade

José Sócrates, para levar avante a sua criação, também nomeou uma Comissão (LNEC-equipa) norteada pela dupla Matias Ramos-Rosário Partidário que, com base num tendencioso modelo de (idílica) cidade-aeroportuária, decidiu Alcochete. A seguir à escolha, Matias Ramos foi para bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), qualidade em que promoveu Alcochete de 2010 até 2016, acompanhado nos órgãos diretivos por Mineiro Aires (atual presidente da Comissão de Acompanhamento) e Almeida Santos (atual bastonário OE)

Assim, a equipa montada na OE por Matias Ramos (o decisor Alcochete) irá dirigir a OE de 2010 a 2025.

A parcialidade dos bastonários na apreciação de soluções duais é inequívoca

Sem decoro, associou-se a OE ao último ministro das Obras Públicas (2009-2011) de José Sócrates, (que será bastonário da Ordem dos Economistas também até 2025), fazendo comunicado conjunto, conforme (Lusa):

A Ordem dos Engenheiros e a Ordem dos Economistas não se reveem em soluções duais que, em seu entender, comprometem o adequado desenvolvimento económico e social de Portugal”, defenderam as duas organizações, numa posição conjunta sobre a nova solução aeroportuária, apresentada no final de uma conferência, em Lisboa. Na posição conjunta, as ordens referem que “até à data, das opções estudadas e atendendo à solução de índole estruturante e definitiva almejada para o país, uma das opções já se almejava como a melhor”, referindo-se a Alcochete, que tem vindo a ser defendida pelas duas entidades como o caminho a seguir.

Quanto à falta de imparcialidade, estamos falados. Curiosamente, nenhum destes representantes da Ordens teve mandato dos engenheiros e economistas sobre a solução para o aeroporto de Lisboa. No que respeita ao aeroporto, eles representam-se apenas a si próprios, não mais que isso.

O melhor selo de garantia da qualidade do HUB Alverca-Portela é a sua exclusão pelo “sistema”

É estar no campo oposto ao “sistema” que é a melhor garantia para o país real. Infelizmente, é à qualidade global da inovação que se deve a sua exclusão, pois a sua análise envergonharia o “sistema”, mormente na competitividade concorrencial com os aeroportos europeus, na eficiência económica/ambiental e no ajuste às finanças públicas. É a desequilibrada força de bloqueio do “sistema” que nos empurra para a avaliação/julgamento internacional.


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