Ir a uma manifestação de médicos tentar arranjar uma consulta e comprar comboios para atrair os turistas que gostam de os pintar
Multicultivado Serafim das Neves
Multicultivado Serafim das Neves
A semana passada recebi um convite que, provavelmente, também recebeste, da Federação Nacional dos Médicos, para me juntar às suas manifestações em defesa do Serviço Nacional de Saúde.
Não fui porque já tinha combinado ir à festa da castanha assada e da água pé da colectividade, mas fiquei com pena. Sabe-se lá se, durante a manifestação, não conseguiria convencer um manifestante médico a salvar o centro de saúde cá da terra, vindo para cá dar consultas.
E também lamento não ter pedido à câmara um autocarro, para ir com o pessoal todo à manif protestante, digamos assim, tentar que, numa altura mais calma dos protestos, os médicos contestatários dessem umas consultas aos cidadãos solidários e passassem umas receitas e uns exames cujos resultados lhes seriam apresentados nas manifestações seguintes.
Já agora, se vier a ser convidado a juntar-me aos médicos salvadores do Serviço Nacional de Saúde para também fazer greve, vou aceitar o convite de braços abertos. Quanto mais não seja para perceber como é que eles conseguem estar quase todos os dias em greve sem irem à falência.
Fiz uma vez greve e levei tal rombo no ordenado que me serviu de emenda. E foi só um dia. Será que a eles, por serem médicos e estarem a salvar o Serviço Nacional de Saúde, não lhes vão ao bolso? Ou têm subsídio de greve para compensar?
O turismo pictório-ferroviário atrai cada vez mais artistas do spray que gostam de pintar comboios. Aqui pelos nossos lados, o complexo ferroviário do Entroncamento tem mais visitantes que o Museu. Os pintores chegam de todo o lado e não são necessárias campanhas turísticas dispendiosas para os atrair. E aquele tipo de arte valoriza a nossa ferrovia e enche de orgulho qualquer passageiro. Ir daqui a Lisboa dentro de uma obra de arte não tem preço...ou tem, mas é apenas o preço do bilhete.
O biólogo Jorge Paiva foi mais uma vez a Tomar, a convite do Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, falar na 19ª edição da biodiversidade, e disse que desde o seu aparecimento na Terra o Homem já destruiu 80% da floresta que existia.
Não explicou qual a percentagem de floresta que foi destruída desde que começou a alertar para a importância da biodiversidade mas tendo em conta que, em Setembro, quando fez 90 anos, confessou estar desiludido por os jovens que assistem às suas palestras esquecerem o que ouvem assim que chegam a adultos, não custa nada acreditar que, daqui a mais uns bons anos, consigamos fazer o pleno e acabar com o que resta. A única esperança, pelos vistos, é os jovens continuarem eternamente jovens para não lhes passar a febre do ambientalismo.
Os vereadores do PSD na Câmara do Entroncamento inviabilizaram um acordo com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana que dava 17 milhões para a construção de uma centena de novas casas com o argumento, entre outros, que há muitas casas vazias na cidade e que as novas casas poderiam vir a ser entregues a quem lá não mora. Quem diz que já não há políticos de jeito é porque anda a ver mal. E quem diz que o Entroncamento já não é a terra dos fenómenos está mesmo pitosga!!
Um abraço florestal
Manuel Serra d’Aire