O vereador que ensina a Cavaco e Montenegro os segredos do imobiliário e um aeroporto em Santarém para evitar o genocídio inglês
Esclarecido Serafim das Neves
Esclarecido Serafim das Neves
O vereador Forinho, da Câmara do Entroncamento, que não quer mais estrangeiros lá na terra, e a quem tu aconselhas a usar como slogan político, “O que é nacional é bom”, que é de uma marca de esparguete e macarrão, mas que se ajusta às mil maravilhas às suas ideias, é o mesmo que, em plena pandemia de Covid-19, defendeu a prisão de todos os pais que fossem vacinar os filhos.
Lembro isto para reforçar a sugestão que lhe deste de incluir no próximo programa eleitoral - para além da construção de prisões para pais - ‘a construção de muralhas, paliçadas e fossos com jacarés em volta da cidade para evitar visitas indesejadas’.
Mas esse fenomenal empreendedor, eleito numa lista do Chega, partido que abandonou para preservar a sua independência imaginativa, não está só. O vereador do PSD, Rui Madeira, está na mesma onda, pelo menos na recusa dos 17 milhões de euros para a construção de uma centena de habitações para arrendar a custos controlados.
Na reportagem da SIC, que mencionas, também ele defendeu que tal situação iria atrair gente que não é da terra - lá está - incluindo, como sublinhou, cidadãos da própria União Europeia. Um desaforo, como se percebe.
Mas foi mais longe, nomeadamente a traçar um cenário no sector da habitação que desmascara todas as aldrabices ditas até agora. Cavaco Silva, que, num texto publicado no Público, na segunda-feira, 4 de Dezembro, criticou, entre outras coisas, “a escassez de casas para arrendar ou vender” e a falta de casas de “entidades públicas para acolher famílias em situação económica difícil”, ou o líder actual do PSD, Luís Montenegro, que fez propostas, a nível dos empréstimos para habitação, para atenuar o aumento dos juros, têm muito a aprender com o entroncamentense Madeira.
E o que ele disse é que, para além de haver casas a mais, elas estão baratas. Eu cito para não teres dúvidas:”Comparativamente há cerca de dez anos, os preços (das casas) estão num valor significativamente mais baixo do que estavam”. Só não acrescentou a célebre frase “É só fazer as contas”, porque é do ex-primeiro-ministro, António Guterres, um socialista, e ele não quer misturas.
As próximas levas de refugiados podem chegar do Reino Unido e não têm como destino a construção civil ou a agricultura. Falo de simpáticos cães da raça Bully XL, que aquele país decidiu perseguir e exterminar, só porque alguns deles, por razões seguramente louváveis, digamos assim, ganharam o hábito de atacar donos e não donos. Se ninguém os adoptar vão, para já, ser abatidos, os que andam à solta ou estão nos canis. E a partir de Fevereiro do próximo ano, vai ser proibido ter qualquer um deles em casa...mesmo que tenham sofá próprio.
Se fosses inglês e tivesses um Bully XL, para onde irias? Para o Algarve, claro! Não me admirava nada que começassem a chegar aviões carregados de Bullys a Faro. E mais poderiam vir, aqui para o Ribatejo, onde há espaço à farta, se já houvesse aeroporto. Afinal, a falta que eles nos fazem, é quase tanta como a de nepaleses e indianos para as estufas de Almeirim.
Saudações caninas
Manuel Serra d’Aire