Opinião | 03-01-2024 10:00

Pedidos e recomendações ao Pai Natal a pensar no bem comum e no futuro do planeta

Emails do outro mundo

Festivo Manuel Serra d’Aire

Festivo Manuel Serra d’Aire
Permite-me que, excepcionalmente, não dirija esta missiva à tua excelsa pessoa mas sim ao Pai Natal, figura que na iconografia natalícia tem vindo a ganhar terreno ao outro protagonista e, aliás, inspirador e razão de ser desta quadra, o menino Jesus. O Pai Natal é hoje uma espécie de eucalipto que seca tudo à sua volta e está para o Natal quase como o André Ventura está para o Chega, o Pinto da Costa para o FC Porto e o José Sócrates para o Ministério Público.
Camarada Pai Natal. Em primeiro lugar, peço desculpa pelo atraso desta carta, mas sabes como é que estão os Correios… Em segundo lugar, vê se mudas de farda. O vermelho está gasto e os partidos comunistas já quase não existem no mundo ocidental. Antes vestias-te de verde e fazia todo o sentido que retornasses a essa indumentária, dando um sinal de preocupação com o estado do planeta. Tu que, com as tuas flatulentas renas, também contribuis para a emissão de gases nocivos para a atmosfera. Por outro lado, essa longa barba branca leva muita gente a confundir-te com o avôzinho da Heidi ou com icónicos profetas do marxismo-leninismo. Actualiza-te homem e experimenta um corte mais ousado. E põe um barrete de campino, pois também lidas com gado.
Talvez seja essa tua queda para a chamada esquerda progressista e internacionalista que te levou a deixar no sapatinho do presidente comunista da Câmara de Benavente um putativo aeroporto, que toda a gente chama de Alcochete embora não seja em Alcochete. Pois bem, acho que essas partidas devem ser pregadas no Carnaval e não no Natal, pois todos sabemos que o aeroporto não vai para Benavente nem para lado nenhum, pelo menos tão cedo. Mas, enfim, sempre deixaste algumas pessoas iludidas e felizes durante uns tempos...
Já que estou com a mão na massa, Pai Natal lembra-te por favor desta região. Deixa-me pedir-te alguns presentes e respectivos destinatários. Para o presidente da Câmara do Entroncamento, o socialista Jorge Faria, um kit do Bob O Construtor para compensar a azia com o chumbo da oposição de direita ao projecto para construção de habitação municipal (é provável que a oposição exija que o Bob apresente certidão em como é natural do concelho, tal como a sua família até à quinta geração, para não haver misturas).
Para o presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado, oferece-lhe uma corrente e um cadeado resistentes para se acorrentar à ponte da Chamusca. Talvez assim alguém em Lisboa dê atenção ao problema e arranje uma solução para aquele cancro rodoviário. A chave do cadeado deve ser guardada zelosamente pela vice-presidente, não vá alguém lembrar-se de a mandar ao Tejo.
Para o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, vê se arranjas um CD dos Azeitonas com o sucesso “Anda comigo ver os aviões”, com dedicatória escrita pela presidente da Comissão Técnica Independente, Rosário Partidário. E, por último, porque o espaço é limitado, um par de patins aos actuais deputados da região, por razões óbvias.
Saudações natalícias do Serafim das Neves

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