Opinião | 10-01-2024 21:00

Banheiras, penicos, demissões em massa e pré-avisos de greve para todo o ano para não se fazer a coisa às pinguinhas

Emails do outro mundo

Espevitado Serafim das Neves

Espevitado Serafim das Neves
Em Torres Novas, um construtor civil foi a uma reunião de câmara reclamar por ser obrigado a colocar banheiras nas casas de banho dos apartamentos que está a construir, contra a vontade de quem prefere uma cabine de duche.
Os autarcas ouviram e mandaram o homem continuar a fazer o mesmo, porque é o que está na lei. E porque uma banheira é mais bonita que um polibã e promove o exercício físico, acrescento eu, e acrescentaria também o membro do Governo encarregue dos assuntos das casas de banho, que não quis mudar a Lei.
Trepar para dentro de uma banheira é a única ginástica que muita gente faz diariamente. Alçar uma perna a meio metro de altura e a seguir a outra, faz bem à saúde, terá ponderado o iluminado governante das retretes, banheiras, bidés e afins que, imagino eu, só por falta de lembrança, não tornou também obrigatório o uso de penicos. E os banhos de imersão, para além de estimularem o comércio de sais de banho, convidam a um certo relaxamento que só nos faz bem.
Quanto ao consumo de mais água, não é problema. Uma boa banheira leva duzentos litros de água que, naquele concelho, custam pouco mais de 20 cêntimos, tendo em conta que o metro cúbico, ou seja, mil litros, está a pouco mais de um euro (1,0453), no segundo escalão e já com o aumento para este ano.
Para além disso, como explicará qualquer amigo do planeta, aquela água pode ser reutilizada na sanita, substituindo as descargas do autoclismo, coisa que não aconteceria com uma cabine de duche. Até eu, que tinha pensado tirar a banheira, desisti de o fazer, depois de ler esta minha fantástica argumentação.
Também de Torres Novas chegaram outras boas notícias. O presidente da Associação Empresarial Nersant, fala em vender o pavilhão de exposições para pagar as dívidas deixadas pelo seu antecessor, um tal Domingos Chambel que, pelo que fui lendo, se empenhou a fundo, salvo seja, nessa actividade, trilhando caminhos de alguns amigos seus, como o ex-presidente da Câmara de Torres Novas, António Rodrigues, que também deixou o município à beira da falência.
A directora da Urgência do Hospital de Santarém demitiu-se. Coisas que acontecem. No entanto, alguns meios de comunicação, como a RTP1, acharam que uma demissão era pouco e tomaram a iniciativa de demitirem, em termos noticiosos, digamos assim, mais pessoas. Começaram pela directora clínica, avançaram para elementos do conselho de administração e teve que sair um comunicado a travar aquele ímpeto, antes que demitissem também os enfermeiros, auxiliares, seguranças, doentes e tudo. Uns entusiastas da informação, é o que é!!!
Por falar em hospitais, não sei se sabes que as greves de enfermeiros e médicos continuaram mesmo não havendo governo com capacidade para negociar ou decidir fosse o que fosse. É de enaltecer o sacrifício que esta gente faz para, como gostam de dizer, salvarem o Serviço Nacional de Saúde. E é de enaltecer ainda mais porque é altura de Natal e de Passagem de Ano, o que dá muito mais trabalho. Aí valentes!!! Eu só não percebo porque é que estes esforçados sindicalistas, não entregam logo, um pré-aviso de greve para todo o ano, em vez de andarem a fazer greves às...mijinhas.
Um abraço ciclópico
Manuel Serra d’Aire

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