Quadras soltas de escárnio e mal-dizer baseadas em factos verídicos
Interventivo Manuel Serra d’Aire
Interventivo Manuel Serra d’Aire
Sendo eu um fervoroso respeitador e admirador das mais enraizadas tradições populares deixo aqui mais uma vez o testamento de enterro do Entrudo apesar de já se ter rezado a missa de sétimo dia pelo pobre defunto. Mas como este ano o Carnaval teve prolongamento, porque os foliões e folionas tiveram medo da chuva e de se constipar, obviamente ninguém vai levar a mal o atraso.
O mundo está estranho,
E a tradição já não é o que era
A coisa está de tal maneira
Que o Carnaval vai até à Primavera
Era uma política promissora
E que cedo deu nas vistas
Tão depressa chegou a ministra
Como a seguir desapareceu das listas
À ministra Maria do Céu Antunes
Deixo-lhe um dichote dos antigos
Quem tem camaradas assim
Não precisa da CAP nem de inimigos
Para a menosprezada governante
Já nada será como dantes
Mesmo que um dia volte a ter
O quartel-general em Abrantes
As autárquicas são para o ano
E alguns zunzuns já se ouvem bem
Como aquele que fala em mudanças
de Almeirim para Santarém
Na Chamusca governa um autarca
Já com fama de modelo no continente e ilhas
Tanto faz inaugurações de chinelos
Como recebe generais de sapatilhas
No Carnaval nada parece mal
Diz o povo e muito bem
Mas há quem não partilhe da ideia
Lá para os lados de Santarém
O júri do Carnaval de Santarém
Não sabia no que se estava a meter
Ouviu tantas ou tão poucas
Que ainda deve ter as orelhas a arder
Parece incurável a teimosia
da Comissão Técnica Independente
Que continua a designar Alcochete
Ao que está em Benavente
Vai caber ao novo Governo
ter capacidade e c...
para escolher o novo local
para aterrarem os aviões
Há sempre quem vá dizer mal e quem vá dizer bem
Aterre o aeroporto em Benavente ou Santarém
É uma sina deste país à beira-mar plantado
Não há passo que se dê que não seja criticado
São constantes as polémicas
E já não dá para esconder
Alguns quartéis de bombeiros
São autênticas casas a arder
Se não acreditam no que digo
E precisam de mais provas
Então vão ver com atenção
O que se passa em Torres Novas
Somos um país pequeno
Mas com muita tradição e mistério
E impossível de governar
sem haver tanto ministério
É muito ministro à compita
Todos se desunham para terem púlpito
Mas o ministério mais activo
É sem dúvida o Ministério Público
No ano do cinquentenário de Abril
Não vão faltar actos eleitorais
Vamos ver como vota o povo
E de quais gostam mais
Manel já chegamos à quaresma
Período de recolhimento e abstinência
Vê se te conténs nos comes e bebes
Para não teres de fazer penitência
Chegou a hora da despedida
E de chorar mais um Entrudo
Para o ano cá estaremos
Se entretanto não acabar o mundo
Saudações quaresmais do
Serafim das Neves