Multas, coimas, plágios, canzoadas e quedas de recordes mundiais de mamas descaídas
Polivalente Serafim das Neves
Polivalente Serafim das Neves
Não sei quem são os habituais ‘cidadãos indignados da caça à multa’, mas tenho que concluir que são todos automobilistas. Só assim se compreende que tenham passado sem protestos, nem exaltadas manifestações online, as multas que a polícia de Vila Franca de Xira está a aplicar aos peões que atravessam a linha de caminho-de-ferro quando as cancelas da passagem de nível do Cais está fechada com as luzinhas a piscar e as campainhas a grilar.
Se as multas tivessem sido aplicadas a carros em excesso de velocidade ou estacionados em cima de passeios caía logo o Carmo e a Trindade, como se dizia antes. Mas um pobre pedestre pagar 250 euros de multa por atravessar a linha do comboio ainda é capaz de gerar elogios à PSP. Porque os pedestres, já se sabe, são uns abusadores e é por culpa deles que o trânsito está caótico... e que os comboios andam atrasados, já agora.
Se a minha teoria estiver certa, uma das soluções para acabar com os dejectos dos cães é passar a aplicar multas aos donos dos animais, não quando os pisamos - aos dejectos, não aos donos - nos passeios ou jardins, mas quando lhes passamos com um pneu do carro por cima e ficamos com a roda toda cagada, digamos assim.
Em Benavente, por exemplo, as multas a aplicar aos donos dos cães são de 500 euros, mas nunca nenhum foi multado apesar de tanta gente já ter pisado um presente de cão. Mudem o regulamento e passem a aplicar multas aos donos dos cães, de cada vez que um carro ficar com uma roda conspurcada e vão ver as receitas municipais a crescer.
Por falar em cães, fiquei indignado por saber que o nosso Bobi perdeu o título de cão mais velho do mundo, atribuído pela Guiness World Records, por falta de provas da sua idade. Fomos roubados, Serafim. Já não há respeito pelos mais velhos.
E o Presidente da República caladinho que nem um rato. Um dia destes tiram-nos os títulos que ele tem andado a distribuir de melhores do mundo de tudo e mais alguma coisa e eu quero ver se ele continua em silêncio. A mim, confesso, só me apetece uivar.
Há dias o cantor Pedro Abrunhosa desancou no Bloco de Esquerda por usar o título de uma canção sua, “Fazer o que ainda não foi feito”, como lema de campanha eleitoral. Disse ele, numa entrevista à Blitz, que se tinha demarcado por não gostar “daquele tipo de colagens”. Até aí, tudo bem, digo eu. O material é dele. Quem quiser frases de belo efeito que as invente.
Mas o CDS-PP de Coruche, aqui há uns anos, numa campanha para as autárquicas, fez o mesmo que o BE fez agora e não aconteceu nada...para além de uma ‘lacrauzada’, aqui no jornal, dada pelo Cavaleiro Andante, à falta de imaginação do partido.
Ainda por cima, o Pedro Abrunhosa disse na mesma entrevista, que também já se tinha demarcado em relação a uma marca de preservativos que queria usar a canção “Talvez f...” para uma campanha publicitária.
O que se terá passado? Coruche e o CDS-PP merecem menos atenção do cantor do que uma marca de preservativos? Foi por o plágio ter sido feito pelo CDS-PP e ele não querer dar atenção à direita? Foi por ser uma eleição local? Foi por ser longe de Lisboa e mais longe ainda do Porto?
Saudações eleitorais
Manuel Serra d’Aire