Pouco, pequeno e possível
Há muito para fazer nesta cidade que é a nossa, mas convém realismo na sua concretização. Quer do ponto de vista financeiro quer temporal. Talvez o mais importante seja introduzirmos a regras dos 3 “P”. Pouco, pequeno e possível.
Descartes dizia, no seu Discurso do Método, que o bom senso era a coisa mais bem distribuída, já que ninguém pedia mais. Na edição online de O MIRANTE, um ex-vereador da Câmara de Santarém propõe a criação de uma polícia municipal para resolve o problema do trânsito. Não especifica a dimensão da “Força”, nem o seu custo, ou a localização (pormenores eu sei), mas certamente espera que os operacionais, devidamente fardados, construam os parques de estacionamento que faltam, os elevadores do hospital e da estação, que em vez de “ramonas” conduzam os transportes públicos que faltam. A travessia do deserto é dura e na política ainda mais dura. As cantigas de amor têm tradição desde que El rei D. Dinis se dedicou à escrita, mas cuidado que muitas vezes as de escárnio e mal dizer têm a sua musa nas primeiras.
Há muito para fazer nesta cidade que é a nossa, mas convém realismo na sua concretização. Quer do ponto de vista financeiro quer temporal. Talvez o mais importante seja introduzirmos a regras dos 3 “P”. Pouco, pequeno e possível. Imaginemos que se pede a um empreiteiro que acabe as lojas do mercado. Uma de cada vez, de forma simples, pavimentos simples e paredes pintadas. Pré-instalação de ar-condicionado, e exaustão numa em cada 3. Em 6 meses teríamos 4 ou 5 lojas para abrir. E que deviam ser abertas.
Os passeios estão intransitáveis, quer pelas depressões quer pela dimensão das árvores. Imaginemos uma equipa de calceteiros a corrigir, começando pelas zonas de acesso prioritário como as escolas e centros de saúde. Num ano ou dois o problema estaria resolvido.
O meu eterno amor – a estrada para Alcanede, uma curva por semestre, apenas uma. Em quatro anos também se conseguiria melhorar muito o trajecto.
A Calçada do Monte só com um sentido, a subir, a partir do cruzamento para os bombeiros, evitava o caos que é subir ou descer a pé.
Colocar pó de pedra nas calçadas de granito do Centro Histórico, tornando cómodo o passeio dos pedestres.
Já agora, espero que o arranjo da zona ribeirinha tenha em conta que o Tejo é um rio de aluvião; da piscina que em tempo lá puseram e que foi vista no Terreiro do Paço, já não há memória. Também que o grande projecto que está pensado para lá, não seja posto em causa.
Pouco, pequeno, possível.