Opinião | 03-10-2024 07:00

A CGD cobra dez euros pela recuperação do pin do multibanco

A CGD cobra dez euros pela recuperação do pin do multibanco

A CGD está a penhorar os bens de casa de Joe Berardo para conseguir recuperar alguns créditos concedidos em situação de alto risco e que o empresário nunca pagou. Entretanto a gestão danosa dos gestores ficou por julgar e agora quem paga é o povo e as autarquias começam também a dar um jeitinho.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) é o banco do Estado mas não há nada na sua organização que o diferencie da banca privada e comercial que trabalha no mercado. Pelo contrário. As regras para as pessoas que trabalham para o Estado não facilita que o cidadão receba o seu vencimento se não tiver conta na instituição, e há casos em que a cobrança por um pequeno serviço é pornográfico, o que não acontece com outros bancos. Dou um exemplo: se nos esquecermos do pin do cartão temos que pagar dez euros para nos darem novo número. Em qualquer banco da concorrência é minha convicção que o gestor de conta resolve o assunto com uma perna às costas. Na CGD é tudo como nas grandes empresas onde se paga o luxo do atendimento presencial, das instalações, dos horários dos balcões cada vez mais reduzidos. Na CGD quase que podemos pôr as mãos no lume em como não acontece nada parecido com o caso BES, mas no resto é tudo pior que a banca concorrencial.
Por ser um banco do Estado, a CGD está ainda sujeita a servir de conforto aos políticos que governam o país quando são mais oportunistas e aproveitam a sua situação de privilégio para beneficiarem os amigos ricos que dominam a economia. Era normal que a CGD fosse o banco do povo no crédito à primeira habitação e ao apoio ao primeiro negócio, ou à criação de trabalho por conta própria. Infelizmente não é nada disto que se passa. O exemplo mais conhecido de má gestão, verdadeiramente escandaloso, é o de Joe Berardo, que se aproveitou dos políticos amigos do Partido Socialista que tinha na gestão do banco do Estado para enriquecer ainda mais. Nesta altura a instituição está a penhorar os bens da sua casa, o que é ridículo e mostra até que ponto as instituições do Estado podem ser um buraco negro quando são geridas por gestores incompetentes.
O fecho dos balcões da CGD, já anunciados, é uma vergonha para o seu actual presidente, Paulo Macedo, que deu crédito à instituição e que já manifestou o desejo de continuar no lugar. Mas as notícias que chegam da Chamusca e de Alpiarça confirmam aquilo que já sabemos: as autarquias vão dar uma mãozinha ao banco do Estado que em nada se diferencia nos serviços bancários aos seus munícipes.
Não é justo. Os autarcas são livres de fazerem como entendem a gestão do orçamento da câmara, mas é preciso denunciar estes favorzinhos, estas negociatas que não fazem qualquer sentido quando o banco não beneficia em nada os munícipes do concelho nem vai beneficiar no futuro.
Os favorzinhos de alto risco que marcaram a vida da CGD entre o ano de 2000 e 2015, fez com que Joe Berardo deixasse uma dívida monumental que agora a actual administração quer reaver penhorando os bens de casa. Não vai chegar nem para as despesas, mas pelo menos o Estado mostra que é pessoa de bem. Falta mostrar que somos mesmo um Estado de direito e levarmos a tribunal os gestores que promovem estas desgraças de gestão danosa, já que não há nada a fazer quando nos pedem dez euros para recuperarmos o pin do cartão multibanco. JAE.

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