Começou a campanha eleitoral para as eleições autárquicas e O MIRANTE vai reforçar a equipa
Os jornalistas de O MIRANTE vão ter muito trabalho pela frente se quiserem continuar a fazer a diferença. Uma coisa é a notícia do momento, aquela escrita à pressa para conquistar cliques e gostos nas redes sociais, outra é a do jornalismo de investigação, de contrapoder, a grande entrevista, a reportagem no local, como só nós temos condições para fazer e já praticamos há décadas.
Começou na região a campanha eleitoral para as eleições autárquicas de Setembro. É verdade que já anunciamos alguns candidatos, mas o anúncio da candidatura de Pedro Ribeiro a Santarém, fica a marcar definitivamente o calendário que na capital de distrito já só tem um depois. Vêm aí mais surpresas. Tão ou mais significativas quanto a candidatura do actual presidente da câmara de Almeirim a Santarém. Cada surpresa será julgada em resultado do número de eleitores do concelho. No nosso trabalho as coisas não funcionam assim, há uma lógica diferente, mas é assunto que não me parece difícil de ser entendido sem mais explicações.
É no capítulo das surpresas que a edição online de O MIRANTE, ou de outro jornal, não consegue ganhar à edição impressa para onde escrevo este texto. Na sexta-feira anunciámos online o que já se esperava da reunião da concelhia do PS de Santarém, e em poucos minutos a informação circulou a toda a velocidade. Agora, nesta edição em papel, fazemos o melhor que sabemos, que mais ninguém na região consegue igualar. E um dia que os computadores se apaguem, ou os arquivos antigos desapareçam, como já aconteceu, ficarão estas folhas encardidas à mão de semear em qualquer biblioteca.
Os jornalistas de O MIRANTE, cuja redacção vai crescer nos próximos dias, vão ter muito trabalho pela frente se quiserem continuar a fazer a diferença. Uma coisa é a notícia do momento, aquela escrita à pressa para conquistar cliques e gostos nas redes sociais, outra é a do jornalismo de investigação, de contrapoder, a grande entrevista, a reportagem no local, como só nós temos condições para fazer e já praticamos há décadas. Claro que temos que ser melhores, principalmente a formar os mais novos da equipa, claro que trabalhamos para pequenas comunidades onde os caciques não aceitam o nosso escrutínio como aceitam os dos grandes jornais; e fazem jogo sujo, mas isso para nós nunca foi problema. Estamos habituados a dar o corpo às balas, e o jornalismo é isso mesmo: uma luta pela democracia num parlamento que tem a sua sede no meio da rua.
Não estou aqui para fazer futurologia, mas não é preciso ser bruxo para arriscar escrever que um dia, mais tarde ou mais cedo, a maioria dos jornais vão ser como o nosso: ou escolhem uma região ou morrem, por serem insignificantes ou por não terem viabilidade económica.
Não se lêem quase 400 páginas de prosa de Aquilino Ribeiro sem que se consiga fugir à tentação de o anunciar aos amigos. Pois aqui vai. Acabei de ler Luís de Camões. Fabuloso* Verdadeiro, e mais uma vez fiquei rendido ao autor de "A Casa Grande de Romarigães" e de "Quando os Lobos Uivam", entre mais de três dezenas de romances que chegam para encher uma biblioteca. António Valdemar, o decano dos jornalistas portugueses, assina o prefácio e foi o responsável pela reedição dos textos. António Valdemar conheceu e conviveu com o Mestre Aquilino Ribeiro, por isso a sua entrega a este livro dá-lhe uma maior visibilidade. E bem merecida. Quem quiser saber do autor de Os Lusíadas tem que ler Aquilino Ribeiro. E também António Valdemar no prefácio, que é grande ajuda para o leitor desconfiado, que nunca sabe ao que vai quando se mete páginas adentro a ler sobre um poeta que morreu há 500 anos, pobre e miserável, mas que deixou uma Obra que muitos de nós ainda não conseguimos ler por falta de cultura geral. É magnífico, fabuloso e verdadeiro, perceber melhor pela pena de Aquilino Ribeiro que Camões já se insurgia contra "a generalizada corrupção instalada em Portugal". JAE .