Opinião | 22-01-2025 21:00

Estrumar estradas, salvar olifantes na recta da Atalaia e ir de bicicleta à beira Tejo, de Tancos ao Almourol... depois do rio secar

Emails do outro mundo

Probo Serafim das Neves

Probo Serafim das Neves
Como eu compreendo o agricultor que andou, com o seu tractor, a estrumar a Estrada Nacional 114, em Almeirim. Lá lhe pareceu que ela não estava viçosa e que, com algum adubo orgânico, poderia crescer e florescer.
Não houve tempo para ver resultados porque foi logo accionado o serviço de limpeza, cujos responsáveis não compreendem nem respeitam os ciclos agrícolas, mas foi pena, o que há mais para aí são ruas e estradas a precisar de ser estrumadas.
A mim, por vezes, apetece-me estrumar algumas mentes, principalmente as que até parecem ter esterco a mais, mas não o faço porque reconheço que pouco ou nada sei de agricultura. Mas, pelo sim, pelo não, vou adubando a minha cabeça como posso... e já não faço coisa pouca.
E nada de desanimar, que o país é fértil e os cidadãos fecundos. Muito antes dos subsídios agrícolas da União Europeia; da agricultura mecanizada e da agricultura biológica, já produzíamos cabeças de nabo, cabeças de abóbora e cabeças de alho chocho, em abundância... e de bom calibre.
Em Vila Nova da Barquinha, um empreendedor de bestunto bem adubado, criou uma empresa com o sugestivo nome Olifantes & Nature, para salvar elefantes e outros animais e vegetais.
Poderia tê-lo feito em África ou na Índia, mas deve ter considerado que por aquelas bandas, as condições não eram as melhores para actividades salvíficas. Vai daí, com o apoio entusiástico das autoridades municipais, optou por uns excelentes terrenos, junto à zona industrial da Atalaia.
Para além dos elefantes, olifantes e outros animais, parece que também quer salvar o turismo na região, propondo-se edificar naquela selva digamos assim, um hotel de quatro estrelas.
Aquilo era para estar pronto há quatro anos, mas ainda não passou do chamado trinta e um de boca... e da protecção das ervas daninhas, claro. Roma e Pavia não se fizeram num dia, diz o ditado popular, mas eu já sonho com uma estadia no hotel Olifante, da Atalaia, com vista sobre as zebras; macaquinhos a saltitarem-me na varanda e descida ao rés-do-chão pendurado em lianas, evitando os elevadores, para salvar o planeta.
É uma nova aventura, depois de mais de vinte anos que passei a sonhar com o percurso pedonal e ciclista, à beira Tejo, entre Tancos e o Castelo Almourol, prometido por um tal Parque Almourol, que foi extinto o ano passado, antes da tal ciclo/pedovia panorâmica ter sido feita. Mas, lá está! Há que ser optimista. Pode ser que, no futuro, vá de Jipe, num safari, pelo meio de búfalos, leões, lagartixas e gazelas, até ao tal castelo Templário.
Dou-te os parabéns pela criação dos Serafins, destinados a premiar a excelência dos actores políticos da região e gabo-te o trabalhão imenso, de selecção dos vencedores, entre tantos e tantos candidatos. Sugiro apenas que, nas próximas edições, seja criado um Serafim, para realçar a excelência do sector privado. Tens que concordar que é injusto deixar de fora da lista dos premiados, personagens como o senhor dos Olifantes da recta da Atalaia.
Saudações selvagens
Manuel Serra d’Aire

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