Opinião | 30-01-2025 16:35
Em 2031 podem faltar mais de 24 mil professores em Portugal
A escassez de professores irá acentuar-se a partir de 2026, devido ao elevado número de aposentações. Este artigo resulta de uma parceria entre O MIRANTE e o Instituto +Liberdade.
Um estudo recente deixa-nos mais um importante alerta sobre o problema da falta de professores em Portugal e sobre a tendência de agravamento. O estudo “Reservas de Professores sob a lupa: antevisão de professores necessários e disponíveis”, do EDULOG – Fundação Belmiro de Azevedo, aponta para a falta de cerca de 24 mil professores em 2031.
Este trabalho foi coordenado por Isabel Flores e contou com a participação das investigadoras Cláudia Vajão, Rute Perdigão, Vanda Lourenço e o assistente de investigação Martim Frazão Matos. De acordo com o estudo, que identifica os desequilíbrios entre o número de professores disponíveis e com formação adequada e aqueles que o sistema educativo precisa, em 2021 já faltavam 3 mil professores para colocação temporária, ou seja, para substituir colegas ausentes. A escassez de professores irá acentuar-se a partir de 2026, devido ao elevado número de aposentações, e em 2031 o número de professores em falta no sistema educativo português poderá ultrapassar os 24 mil. Desses 24 mil professores em falta, quase 16 mil serão para colocação temporária e quase 9 mil serão para colocar em vagas permanentes.
A coordenadora do estudo, Isabel Flores, refere que “não há capacidade para repor professores que se vão reformando” em determinadas disciplinas porque, nos últimos anos, “as universidades que formam professores para Filosofia, para História, para Matemática, foram reduzindo muitíssimo a sua oferta a nível de mestrado por não terem procura”. Acrescenta que “na classe etária dos 31 aos 40 e ainda mais na classe etária até aos 30 anos, temos números praticamente inexistentes” de professores.
A educação é um pilar essencial para o desenvolvimento económico e social de um país, mas parece que o nosso sistema revela cicatrizes que estão a ser difíceis de sarar e que comprometem a qualidade do ensino das gerações atuais e futuras.
André Pinção Lucas e Juliano Ventura
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