Opinião | 13-02-2025 07:00

Morrem mais crianças e mais idosos devido aos problemas da falta de médicos

Morrem mais crianças e mais idosos devido aos problemas da falta de médicos

Não são só os políticos que merecem figurar numa lista onde sejam responsabilizados pela morte dos nossos doentes mais frágeis. Os médicos que ocupam lugares de decisão são tão criminosos como eles.

Ontem ouvi dizer que a CUF em Santarém parecia um hospital público. No dia anterior fui à CUF Descobertas, em Lisboa, ao piso cinco, e a acumulação de gente era incomum, o que não impediu que a minha consulta não se realizasse à hora marcada. Anteontem a espera nas urgências dos doentes urgentes no Hospital de Vila Franca de Xira era de quatro horas.
Esta questão da saúde e da falta de médicos para salvar os infelizes que ficam quatro horas numa urgência e acabam por morrer na maca, e quando não morrem ficam às portas da morte, indigna e é indigno dos tempos que vivemos.
Os políticos que mandam nisto tudo não sabem que os nossos velhos não aguentam 4 horas numa urgência se lá chegarem numa situação periclitante? E não resolvem os problemas da falta de médicos porque querem acabar com os idosos pobres para livrarem o Estado do custo de os sustentarem e ainda terem que ajudar no pagamento do Lar?
Um tipo que é ministro da saúde, ou foi ministro nos últimos anos, não sabe que um dia vai para uma lista dos criminosos que deixaram morrer muitos portugueses valorosos com bactérias hospitalares ou de bruços nas marquesas dos bombeiros que se acumularam e acumulam nas urgências?
Eu ajudo a pagar do meu bolso a um investigador universitário que se meta num trabalho destes. Dou de boa vontade uma parte do custo de uma investigação que aponte o dedo aos governantes que contribuíram e continuam a contribuir para a morte dos nossos velhos que ainda viveram o tempo da fome do antes do 25 de Abril.
Não são só os políticos que merecem figurar numa lista onde sejam responsabilizados pela morte dos nossos doentes mais frágeis. Os médicos que ocupam lugares de decisão são tão criminosos como eles, neste caso vale o velho ditado que tão ladrão é o que vai à vinha como o que fica à espreita.
No dia em que escrevo este texto ouvi da boca de um dirigente hospitalar a história de um médico que não apareceu para dar consultas e nem se justificou. E deixou cerca de duas dezenas de doentes literalmente pendurados.
Se houvesse justiça e a maioria de nós exercesse a cidadania, outro galo cantaria.
Dou outro exemplo que roubei da vasta informação sobre o regime democrático da nossa República: mortes de fetos e recém-nascidos quase duplicaram em 2023 na região de Lisboa e Vale do Tejo. Trata-se de um aumento significativo de óbitos, que não se verifica no resto do país. As explicações para este fenómeno podem encontrar-se na idade das grávidas e também na falta de acompanhamento médico durante a gravidez. Diz ainda um responsável, administrador hospitalar, que as dificuldades na rede de urgências de obstetrícia podem ter contribuído para este aumento, mas há outros factores a ter em conta.
Enfim, estamos entregues aos bichos. Entretanto António Costa saiu do Governo depois do seu ex-chefe de gabinete lhe ter feito a folha e foi eleito presidente da Comissão Europeia, ou seja, recebeu o prémio Nobel da política por nos ter desgovernado e ter deixado a Saúde e o Sistema da Justiça e o mais que sabemos pior do que encontrou.


Nota: Nesta edição contamos na página 15 uma história que é um bom exemplo do desprezo a que hoje são votados as grávidas que precisam dos serviços de urgência, neste caso do Hospital VFX. JAE .

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