Opinião | 19-02-2025 18:00

O gingar d’aquém e d’além Tejo, o assalto à caixa das esmolas e a revienga dos almas do Diabo!

Emails do outro mundo

Polímato Serafim das Neves

Polímato Serafim das Neves
Mesmo antes de haver eleições já há novos presidentes de câmara. Chegam às pinguinhas, mas chegam. De vez em quando lá vem mais um. Em Tomar, Santarém, Mação, Entroncamento, pelo menos, os cidadãos que tinham sido eleitos para o cargo e que o ocuparam anos a fio, cansaram-se, fizeram as malas e abalaram.
E os que estavam atrás chegaram-se à frente, pressurosamente, para tomarem o gosto ao mando. Para experimentarem o sabor de deixarem de ser mandados e passarem a dar ordens, mudarem para um gabinete melhor e tirarem a palavra aos vereadores mais chatos, nas reuniões do executivo.
Lamentavelmente o fenómeno não acontece em todas as câmaras municipais. Há presidentes que não dão abébias. Agarram-se ao lugar e justificam-se com a vontade dos eleitores, como se a maioria dos eleitores se lembrasse sequer do que comeu ao almoço no dia anterior, quanto mais em quem votou há quase quatro anos.
Ressalvo o caso do presidente de Almeirim, Pedro Miguel Ribeiro, que trata preventivamente a amnésia do povo com a publicação diária da sua fotografia ou de vídeos seus a fazer habilidades políticas, nas redes sociais.
É qualquer coisa como: “Eu é que sou o presidente da câmara, não se esqueçam”, apesar de, nos últimos tempos, desde que anunciou que vai ser candidato à câmara de Santarém, possa estar a baralhar alguns com tal dualidade. Aquele gingar d’ aquém e d’além Tejo, digamos assim, consubstanciado na mensagem: “Sou o presidente daqui e o candidato dali”. deve estar a ser um desafio de alto coturno para as meninges de alguns dos seus patrícios.
Em Mouriscas, no concelho de Abrantes, alguém arrombou a porta do nicho de Nosso Senhor dos Aflitos e a caixa das esmolas, e pôs-se na alheta. Alguns apressados vieram falar de furto, mas o caso é complexo e mesmo que o autor ou autores venham a ser descobertos vai ser uma dor de cabeça para as autoridades e Ministério Público.
Será que a caixa das esmolas tinha alguma coisa lá dentro? Se não tinha, foi apenas um acto de vandalismo? E se tinha, tratou-se de um furto - situação em que não há violência para levar o que havia - ou de um roubo, sabendo-se que nem toda a violência significa agredir alguém?
Prevejo mais um daqueles casos judiciais com recursos e contra-recursos e bastos adiamentos, até à prescrição final. Qualquer coisa como aquela que aconteceu agora com a tal multa de 225 milhões de euros que tinha sido aplicada aos bancos mas que prescreveu. É que, quando se trata de justiça, não há diferença entre milhões e tostões, nem entre banqueiros e ladrões de esmolas, como é sabido, embora alguns insistam em dizer que não é assim, os almas do Diabo!!
Como já escrevi num outro e-mail, os deputados voltaram a dar vida a uma carrada de freguesias, extintas em 2013, sete das quais no distrito de Santarém. Este morre ressuscita autárquico-paroquial, pode ser anedótico, mas é genuinamente nosso. Nada de intenções de compras, invasões ou ocupações selvagens de territórios como faz Putin e ameaça fazer Trump. Mas atenção. Quem nos diz que um dia destes não nos vêm cobiçar Vaqueiros, Fajarda, ou Casal dos Bernardos.
Saudações hilárias
Manuel Serra d’Aire

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1706
    05-03-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1706
    05-03-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1706
    05-03-2025
    Capa Vale Tejo