Opinião | 09-04-2025 21:00

O novo episódio da série António Gameiro e a vertente residencial do Hospital VFX

Emails do outro mundo

Anti-depressivo Manuel Serra d’Aire

Anti-depressivo Manuel Serra d’Aire
Como tu bem reflectiste no teu último texto, vivemos numa época estranha em que não se pode pôr o preto no branco, em que não se pode dar um tiro no escuro, em que não se deve trabalhar como um mouro, em que as nódoas negras foram abolidas e o branco como a cal é uma expressão abominável. Hoje em dia também não convém falar de filas indianas, de bichas, nem de gente com pêlo na venta; e o presidente da Assembleia Municipal de Tomar, Hugo Costa, mostrou estar atento aos ares dos tempos não permitindo derivas linguísticas no seu quintal que remetam para a antiguidade de Camilo e Eça, quando se chamavam os bois pelos nomes e alguns políticos se tratavam de cavalgadura para cima, quando não se engalfinhavam mesmo à bengalada. O dito autarca, que também é deputado e líder distrital do PS, é um zeloso guardião da inclusão e da equidade na cidade dos ‘patos bravos’, se é que a expressão popular me é permitida, embora não tenha referido a cor das ditas aves.
Perante esta realidade, não sei bem como classificar o ex-líder distrital do PS e antigo deputado socialista, António Gameiro, homem reconhecido pelos seus múltiplos e invulgares talentos e pela capacidade que ostenta para andar metido em confusões. A sua carreira começou a ganhar notoriedade há uma década graças a uma história que envolvia uma mala com dinheiro e viagens à Austrália; há quatro anos voltou a ser estrela de cartaz ao retirar a sua candidatura à Câmara de Ourém, um dia depois de a ter apresentado, por ser relacionado com negócios suspeitos envolvendo um terreno no Algarve; e agora volta a estar no radar das autoridades, sendo arguido num caso que envolve o negócio da venda da antiga sede da Federação Portuguesa de Futebol, em Lisboa. É bom que fique esclarecido que, até à data, pelo menos que eu saiba, António Gameiro não foi condenado por acções relacionadas com qualquer dos episódios acima relatados pela rama. Mas que a vida dele dava uma série lá isso dava...
Repito aquilo que escrevi já lá vão quatro anos: não sei o que se passou com o PS de Ourém, mas parece-me que há ali uma espécie de incompatibilidade entre política e negócios. Há oito anos, o então presidente da câmara Paulo Fonseca, foi impedido de se recandidatar por se encontrar em situação de insolvência pessoal, devido aos negócios da sua vida privada. E desapareceu da linha da frente da política. Há quatro anos, António Gameiro também saiu de cena devido a negócios privados. Perante este histórico, quem não era candidato do PS em Ourém era eu…
No Hospital Vila Franca de Xira sucedem-se as queixas de utentes e de profissionais e ficou a saber-se recentemente que há mais de cem doentes internados em macas nas salas de observação das urgências porque faltam camas nas enfermarias. Estamos a falar de um hospital construído há uma dúzia de anos, o que demonstra a capacidade de planeamento, de projectar o futuro, que existia à época. A não ser que muitos desses pacientes estejam a fazer ronha para assim garantirem alojamento gratuito e paparoca à borla. O que, nos tempos que correm, não é mal pensado, mesmo que a ementa possa não ser grande coisa…
Saudações abrilistas do
Serafim das Neves

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