Opinião | 16-04-2025 21:00

Depois da libertação dos animais do circo é hora de deixar partir golfinhos e cães, e de dar vivas à monarquia das Rainhas das Vindimas

Emails do outro mundo

Galhofeiro Serafim das Neves

Galhofeiro Serafim das Neves
Há dias fiquei a saber que já só há um elefante e um tigre nos circos portugueses e que, esses sobreviventes, não participam nos espectáculos. E nem sequer lhes é permitido estarem à porta a receber os espectadores, para não serem explorados. Foram promovidos a animais de companhia, digamos assim.
Não sei quanto tempo demorou, mas os amigos dos animais conseguiram uma grande vitória. Agora já não há animais nos espectáculos de circo. Nem sequer cãezinhos amestrados. E dentro de pouco tempo, já nem circos haverá. Pelo menos daqueles que andam de terra em terra.
E os golfinhos do Jardim Zoológico e do Zoomarine que se preparem porque também vão ser libertados e devolvidos ao mar. Ao seu habitat natural. Nada de cativeiro, por muito agradável que seja. Os animais devem viver livremente. Devem aguentar as mudanças de clima e tratar do seu sustento. Serem animais com Á grande.
Eu espero ansiosamente pelo dia da libertação dos milhares e milhares de cães mantidos em cativeiro, em exíguos apartamentos, vê-los partir carregados de sacos de ração e de comida enlatada, em direcção ao campo vai ser sublime. E não se esqueçam dos gatos, que também são gente, como se costuma dizer. Eles também devem ansiar pela libertação. Ou não…sei lá eu!
Outra notícia que me surpreendeu foi o fim das Rainhas das Vindimas do Cartaxo. Apanhei-a só agora, mas no ano passado, já foi eleita uma Embaixadora da Vinha e do Vinho. E a nível nacional, foi escolhida uma Embaixadora dos Territórios Vinhateiros de Portugal.
As Rainhas das Vindimas são, a par das Rainhas de Beleza, os últimos vestígios da monarquia em Portugal. D. Manuel II foi o último Rei. A última Rainha, neste caso a das vindimas, não sei quem terá sido. Mas uma coisa é certa, se cada freguesia escolhe uma rainha e se, nas freguesias, como li, a designação de rainhas se mantém, não há perigo de aquela monarquia chegar ao fim. No mundo do vinho a República não entra! Não corremos o risco de ter Presidentes ou Presidentas das Vindimas.
Por falar em realezas, no Reino Unido, o governo prepara-se para despedir milhares de funcionários públicos e o primeiro-ministro fala em excesso de burocracia. Em Portugal é ao contrário. Cada novo governo significa um novo aumento de lugares nos serviços do Estado. Neste caso, é muito melhor termos uma República do que uma monarquia. Os serviços funcionam cada vez pior, mas ninguém é despedido e abrem cada vez mais vagas.
Há quem me afiance que o mundo está de pernas para o ar, mas eu sempre me lembro de o mundo estar de pernas para o ar. Será que sou eu que tenho andado de pernas para o ar, sem dar por nada?
Algumas almas inocentes andam preocupadas com as guerras das tarifas e acham que vai tudo ficar muito mal. Que vai haver recessão, falências, banca rota. Exageros, como se sabe. E mesmo que a coisa piore, fazem-se umas greves e tudo se resolve. E se não houver dinheiro, pede-se emprestado. E para os credores que se armarem aos cucos, fazem-se umas manifestações com uns bons milhares aos gritos de “Não pagamos!” e eles espantam-se logo. Cambada de abutres!!!
Saudações selvagens
Manuel Serra d’Aire

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