Opinião | 30-05-2025 13:18

Autoquiria socialista

Autoquiria socialista

O responsável pelo actual PS é o ilustre Dr. Costa, que olha hoje à distância, de soslaio e desde Bruxelas, para a “piolheira” em que deixou o país. Inventou a denominada “geringonça” como um poderoso instrumento para o seu projecto de poder pessoal. Resultou? Para ele sim, para o país não: um primeiro ministro profundamente incapaz e incompetente, é hoje presidente do Conselho Europeu. Hélas!

Em termos simbólicos e políticos, o PS sofreu a maior derrota da sua história. Passou a ser a terceira força e foi ultrapassado em número de deputados pelo Chega. O responsável não é apenas Pedro Nuno Santos. Tudo começou coma remoção das célebres linhas vermelhas que o ilustre Dr. Costa levou a cabo – acção tão elogiada por tão insignes comentadores. A remoção desses purpúreos diques, diluiu formalmente o PC e o Bloco no PS, mas fez também nele desaguar um radicalismo de esquerda que o transformou estruturalmente.

Hoje o PS é um partido esquerdista – legitimamente, claro -, que retrocedeu aos tristes primórdios do PREC, às “grandes lutas da classe operária”, mas que perdeu para sempre o centro político. Muitos dos seus membros que já ocuparam cargos governativos e que são dirigentes nacionais, poderiam perfeitamente estar no Bloco de Esquerda e só lá não estão porque perceberam que, desse modo, nunca seriam poder. E no PS até já foram ministros e secretários de estado.

São radicais de esquerda devotos, “ad libitum”, dos bens providenciados pelo capitalismo liberal que tanto criticam.

O responsável pelo actual PS é o ilustre Dr. Costa, que olha hoje à distância, de soslaio e desde Bruxelas, para a “piolheira” em que deixou o país. Inventou a denominada “geringonça” como um poderoso instrumento para o seu projecto de poder pessoal. Resultou? Para ele sim, para o país não: um primeiro ministro profundamente incapaz e incompetente, é hoje presidente do Conselho Europeu. Hélas!

O Dr. Costa esqueceu Portugal, preparou o seu futuro e “safou-se”, como se diz bem à portuguesa.

Com a geringonça, promoveu-se a si próprio, paralisou o país, quase destruiu o PS e gerou o Chega. Não, o Chega não é o produto de uma emigração desregulada – esta apenas o fez crescer ainda mais. O Chega, fundado em 2019, é o resultado sim da geringonça do Dr. Costa e de todo o “wokismo” e radicalismo esquerdista que se seguiu. As pessoas fartaram-se e reagiram.


A erosão do Chega acontecerá, fatalmente, se o país crescer e se desenvolver em paz durante toda uma legislatura. Se esta se cumprir e se nesse período de tempo o cidadão comum perceber melhorias concretas no seu quotidiano, o discurso do Chega perderá sentido.


O Dr. Costa foi o úbere do Chega.

Já os moços bloquistas donos do PS, aguardam impacientemente que José Luís Carneiro se espalhe na primeira curva – vá lá, na segunda, que pode significar dois anos…-, para repetirem com ele o que o seu mentor, Dr. Costa, fez com António José Seguro: atirá-lo borda fora. Se o fizerem, o PS caminhará para o seu declínio político definitivo.

Pobre PS que tarda em querer perceber o que lhe aconteceu: a soberba da sua elite.

Portugal necessita urgentemente que se cumpra uma legislatura de 4 anos. E o PS também. Se o PS pretender ultrapassar de novo o Chega como segunda força política, vai ter mesmo de desejar toda a sorte do mundo a Luís Montenegro.

A última coisa que o Dr. Ventura pretende é uma legislatura que dure 4 anos e tudo irá fazer para que isso não aconteça. O Dr. Ventura sabe muito bem que uma legislatura inteira e de sucesso é o maior factor de desgaste para si próprio. O Chega medra no confronto político permanente, na aleivosia do medo, na percepção da (in)segurança e na polémica da espuma dos dias.

A erosão do Chega acontecerá, fatalmente, se o país crescer e se desenvolver em paz durante toda uma legislatura. Se esta se cumprir e se nesse período de tempo o cidadão comum perceber melhorias concretas no seu quotidiano, o discurso do Chega perderá sentido.

O trilho da sobrevivência do Largo do Rato é saber esperar 4 anos - pelo menos…-, apostando tudo no sucesso da AD. Se tal não acontecer, o PS cairá no abismo. Ou arrepia caminho, ou amanhã transformar-se-á naquilo que hoje já é o PS francês: irrelevante.

P.N.Pimenta Braz

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