Ilda Joaquim vende a casa e decide sobre as obras

Ilda Joaquim meteu-se numa embrulhada digna de ser do conhecimento do maior número de pessoas para percebermos como alguns políticos são capazes de virar o mundo do avesso.
Ilda Joaquim meteu-se numa embrulhada digna de ser do conhecimento do maior número de pessoas para percebermos como alguns políticos são capazes de virar o mundo do avesso.
Depois de fazer um negócio da venda de uma casa de família a um cidadão da sua cidade, Ilda Joaquim surpreendeu mais tarde o comprador com limitações às obras de recuperação da casa e do terreno contíguo que prejudicam e desvalorizam o negócio. O problema que Ilda Joaquim está a colocar ao comprador da sua casa é no exercício de um cargo que a devia impedir de tomar decisões, quanto mais de as discutir. Mesmo sem conhecermos os protocolos do negócio, parece evidente quer Ilda Joaquim não tem competência para o lugar ao criar um problema derivado de um negócio pessoal, conflituando com o cargo de presidente da câmara do Entroncamento.
O que é que é preciso acontecer mais no Entroncamento neste mandato de Jorge Faria e Ilda Joaquim para que eles passem à história no dia a seguir às próximas eleições? JAE .
Negócio privado de Ilda Joaquim gera conflito com dirigente do Chega
Nelson Cunha diz que comprou um imóvel para recuperar a Ilda Joaquim na altura em que era vice-presidente da Câmara do Entroncamento. Entretanto assumiu-se como cabeça-de-lista do Chega à autarquia e o processo empacou porque a actual presidente diz que poderá ser de interesse municipal ampliar a via pública.
Há cerca de um ano Nelson Cunha sentou-se à mesa com a actual presidente da Câmara do Entroncamento, e o seu marido, para acertar a compra de um imóvel situado na Rua Doutor Fanhais, mas estava longe de imaginar o imbróglio em que se iria meter. Alguns meses depois, Nelson Cunha assumiu-se como cabeça-de-lista do Chega à autarquia e Ilda Joaquim substituiu Jorge Faria como presidente da câmara, e foi a partir daí que Nelson Cunha diz que o caldo se começou a entornar. Os processos que estão no município pararam de repente e na última sessão camarária o executivo aprovou mesmo a “revogação da aprovação do projecto de arquitectura e indeferimento do pedido de licenciamento para telheiro/parqueamento e alteração de um muro de vedação”. Nelson Cunha diz que os prazos legais de resposta ao pedido foram ultrapassados.
Para Nelson Cunha, que esteve presente na reunião de câmara e que, por estar a filmar com o telemóvel, obrigou à sua suspensão, esta postura de Ilda Joaquim não faz sentido. “Na altura em que me sentei com ela e com o marido para falar do negócio gostei muita da senhora. Entretanto entrei para a política. Já investi várias dezenas de milhares de euros na requalificação daquela moradia, que está praticamente concluída”, afirma a O MIRANTE Nelson Cunha que, no entanto, afirma não desistir de chegar a um entendimento com a presidente da câmara. “Gostava de chegar a um entendimento de uma forma tranquila”, sublinhou.
Segundo explicou Ilda Joaquim na sessão camarária, o que está em causa diz respeito à construção de um telheiro aberto para parqueamento de viaturas de automóveis, sendo uma parte lúdica com churrasqueira. No entanto, a parte lateral a sul confina com uma travessa pedonal que faz a ligação entre a rua Doutor Fanhais e a rua Coronel Verdades Miranda. Para a autarquia, esta via, apesar do seu uso pedonal actual, “apresenta características morfológicas e uma localização estratégica que lhe confere um elevado potencial para futura reconversão em via rodoviária, mediante um eventual alargamento da faixa de circulação. Esta transformação contribuiria de forma decisiva para a melhoria da circulação automóvel na zona, a qual se caracteriza actualmente por diversas limitações e estrangulamentos ao nível do tráfego urbano”.
É aqui que Nelson Cunha refere não compreender a posição do município. Para o candidato do Chega, para ter acesso rodoviário, teriam de existir várias demolições, uma vez que a via tem menos de dois metros de largura. “Esta pretensão do município é irrealista e não tem qualquer fundamento. Se fosse viável e visse que poderia melhorar as condições para os munícipes eu próprio cederia aquela parte do lote. No entanto, tenho que admitir que não teria comprado o imóvel se soubesse destas restrições. Porque isso vai condicionar e pôr em causa o projecto”, conclui Nelson Cunha.