Opinião | 04-06-2025 21:00

As lágrimas socialistas e um regresso dionisíaco em tempos de melgas e mesquitas

Emails do outro mundo

Inolvidável Manuel Serra d’Aire

Inolvidável Manuel Serra d’Aire
Tivemos novas eleições legislativas e ficou quase tudo na mesma, como a lesma. Quase, porque o Chega continua a subir e o PS levou uma trepa que o deixou à beira do KO. Um desaire que, entre outros danos colaterais, nos vai privar da presença no Parlamento da deputada Mara Lagriminha, logo ela que é de Coruche, o único concelho do distrito onde os socialistas venceram. É uma injustiça comovente e imerecida que deve ter deixado a deputada banhada em lágrimas. Ela e muitos outros deputados agora apeados, que vão deixar de calcorrear os Passos Perdidos e de almoçar na cantina de São Bento.
Só quem já provou dessa ementa pode calcular o que custa ter de regressar à implacável realidade do mundo lá fora. A ignorância é meio caminho para a felicidade e nós e muitos como nós nunca irão sofrer dessas desditas e amarguras, mais do que suficientes para causaram um daqueles oportunos refluxos esofágicos capazes de nos atirar para um quarto privativo das urgências e deixar-nos com os braços e mãos cravados de pensos rápidos durante dias. Não fosse a avisada intervenção de Nossa Senhora nesse 13 de Maio e sabe-se lá o que não poderíamos estar hoje a lamentar...
Regressando a Coruche, o ex-presidente da câmara socialista, Dionísio Mendes, anunciou que vai ser novamente candidato à presidência do município, mas agora por um movimento de cidadãos independentes designado “Volta Coruche”. Um nome curioso e que pode transmitir a ideia, aos mais desatentos ou menos informados, de que, após a dionisíaca presidência, Coruche decidiu mudar de ares durante uns tempos e que há agora alguém suspirando pelo seu regresso, gritando um arrebatado Volta Coruche, qual fogoso apaixonado apostado em resgatar uma antiga paixoneta de Verão. Mas não! Quem andou por fora, pelo menos a ganhar a vida, porque esta custa a todos, foi o ex-autarca Dionísio, que esteve uns aninhos como administrador executivo de uma daquelas empresas intermunicipais que dão um jeitão do caraças para encaixar pessoal político desocupado, seja pela maldição das urnas seja pela limitação de mandatos.
Vai um grande escarcéu por Samora Correia, porque uma associação islâmica supostamente quer construir uma mesquita na cidade. O assunto não te passou ao lado e ainda bem. Por mim, estou-me marimbando, porque, felizmente, já lá vai o tempo em que a militância religiosa era praticamente obrigatória, começando a doutrinação oficial logo na escola primária. Hoje não tenho partido nesse campo, mas tenho preferências nos usos e costumes. E se há coisa que nunca toleraria, fosse em Samora Correia fosse em Pé de Cão, em Toucinhos ou Vilar dos Prazeres, só para dar alguns exemplos da nossa castiça toponímia, é que alguém se atrevesse a obrigar as mulheres a andarem na rua cobertas com um escafandro de tecido ou a proibir os porcos assados no espeto nas campanhas eleitorais. Já bem bastou o tempo em que não me deixavam comer carne na Sexta-Feira Santa…
Saudações libertárias do
Serafim das Neves

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