Opinião | 30-07-2025 18:00

O autarca da Chamusca a fazer magia no casino e os risonhos fins medicinais da canábis

Emails do outro mundo

Avisado Manuel Serra d’Aire

Avisado Manuel Serra d’Aire
O tirocínio de doze anos do socialista Paulo Queimado na liderança da Câmara Municipal da Chamusca está a acabar em grande, com champanhe e lantejoulas. O autarca não tem poupado o erário municipal a esforços para manter os eleitores, perdão, a população animada e o último miminho foi o Passeio Sénior realizado no final de Junho. Queimado não fez por menos e, mesmo correndo o risco de sair chamuscado pela oposição (caso exista), levou nada menos do que 700 munícipes numa dúzia de autocarros até ao cosmopolita Salão Preto e Prata do Casino do Estoril. Para quem o critica por não olhar para lá dos muros do seu quintal, aqui ficou a resposta, que custou mais de 60 mil euros por uma tarde cultural na cosmopolita linha do Estoril.
Podia estar a falar em dinheiro gasto pelo autarca, mas parece-me que o termo é excessivo, sendo mais correcto falar em investimento, ainda que o dinheiro não seja dele. No caso, trata-se de um investimento a curto prazo, a pensar nos dividendos que possam surgir nas próximas eleições autárquicas, onde muitos dos felizardos irão participar com o seu voto. E se é verdade que Paulo Queimado já não pode ir a votos como candidato a presidente, a sua vice pode. E não lhe faltaram os elogios, ao vivo e a cores, feitos pelo presidente perante a vasta plateia de 700 pessoas que constituem praticamente 10 por cento do universo eleitoral do concelho. As capacidades do autarca da Chamusca para exercer as funções presidenciais continuam a ser duvidosas para muita boa gente, mas desta vez tenho de me render à arte de Queimado por tirar este coelho da cartola, ainda para mais num palco conceituado onde têm actuado outros reputados ilusionistas e artistas de renome.
Vivaço Manel, foi com rejubilado orgulho que soube, através da tua última epístola, que Portugal é o maior exportador de canábis da Europa e o segundo do mundo. Fiquei tão emocionado que até pus o hino nacional a tocar (na versão oficial, sublinhe-se, para evitar problemas) e emborquei um cálice de vinho do Porto. Já tinha ouvido os nossos políticos falarem da excelência de produtos nacionais como os têxteis, o vinho, as conservas, o calçado, os jogadores da bola, a cortiça, que muito contribuem para o nosso comércio externo, mas ignorava que a canábis estivesse nessa lista.
Foram badalados nos últimos anos vários projectos de plantação de canábis para fins medicinais que se previa instalarem-se na nossa região e folgo em saber que alguns tiveram êxito e saíram do papel. Só assim se justifica a apreensão de duas toneladas dessa famosa erva em Mação. Alegaram as autoridades que esse produto não seria destinado a fins medicinais, mas sim para introduzir no mercado ilegal de estupefacientes, o que pode constituir uma conclusão precipitada por parte dos investigadores. O conceito de fim medicinal é demasiado flexível e a defesa talvez se agarre a essa tese. É que a liamba, quando consumida, é conhecida por causar boa disposição e fazer rir. E rir, já diz o ditado popular, é o melhor remédio.

Um brinde à nossa saúde do
Serafim das Neves

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1727
    30-07-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1726
    30-07-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1726
    30-07-2025
    Capa Vale Tejo