Opinião | 06-08-2025 21:00

Novos autarcas para remoçar o povo, curar-lhe as maleitas e fazer trabalhar quem não pode

Emails do outro mundo

Procaz Serafim das Neves

Procaz Serafim das Neves
Vamos ter, após as eleições de 12 de Outubro, uma nova geração de autarcas, muitos dos quais ainda longe da reforma e cheios de energia. Para a maioria dos eleitores, rapaziada já entradota, isso deveria ser motivo de preocupação, porque políticos novos e cheios de força, vão ter como prioridade ginásios, pavilhões, pistas de atletismo, parques de desportos radicais e concertos ao ar livre.
A vida quotidiana nos próximos anos, aqui na região, e no resto do país, deverá ser mais exigente a nível físico. Para quem já anda meio dobrado e a arrastar os chanatos será tempo de rejuvenescer. De começar a tomar vitaminas, analgésicos e suplementos alimentares a dobrar, e de fazer corridas, caminhadas e ginástica. Muita ginástica.
Uma vista de olhos aos programas já divulgados mostra que não há promessas de residências municipais para idosos, nem de escadas rolantes ou carrinhos eléctricos para quem tem pouca mobilidade. Só bicicletas e ciclovias! Quem quiser que pedale.
Não acredito que nenhum eleito venha a impor um regime espartano municipal, mas pela saúde e juventude que alguns candidatos respiram e pela vontade que demonstram no rejuvenescimento da população, será isso que teremos, mais cedo ou mais tarde. E quanto mais idosa for a população, mais vontade haverá de fazer mexer o pessoal e de lhe tonificar as artroses. De lhe incutir viço, à grande.
Neste mandato já havia autarcas a dizer que quem queria casa, que a comprasse ou fizesse, em vez de ir para a lista da habitação social. E que, quem queria comer, ou dar de comer aos filhos, devia ir trabalhar, porque trabalho é o que não falta, mesmo para quem não tem saúde para isso.
Os milagres de Jesus Cristo, como o da cura do paralítico, ao pé dos que alguns agora propõem fazer sem rezas, são uma brincadeira de crianças. Estimular os idosos a voltar a ser jovens é o novo paradigma político da modernidade. Prevejo que os famosos almoços da terceira idade passem a piqueniques no campo, em que cada um leva a sua merenda e caminha dez ou vinte quilómetros até ao local…seja na Nazaré ou no Estoril.
Ainda não chegou às nossas câmaras municipais e assembleias municipais, a moda da Assembleia da República, de chamar anormais a pessoas deficientes, mas o progresso político, digamos assim, é imparável. E mais imparável é quando empurrado pela vontade do povo. E a vontade do abençoado povo não pára de crescer, de eleição para eleição!!
Realço também a vontade de alguns cidadãos e cidadonas, digamos assim, para se sacrificarem pelo progresso dos seus concelhos. Pessoas que já trabalharam anos e anos como presidentes de câmara, no tempo dos dinossauros, ou vice-presidentes, em tempos mais próximos, não dão mostras de cansaço e apresentam-se a sufrágio. Outros que se sacrificaram por um concelho querem sacrificar-se por outro. É admirável tanta energia a troco de… quase nada e mais uns trocos para despesas de representação. Rejubilemos. A região está salva. O país tem futuro.
Um vigoroso abraço
Manuel Viçoso Serra d’Aire

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