Ir “p’ra pároco dela” com barulho de foguetes e mangueiras dos bombeiros
Incandescente Serafim das Neves
Incandescente Serafim das Neves
Em Marinhais, a antecipação do lançamento do fogo-de-artifício, para não desrespeitar a proibição do seu lançamento a partir da meia-noite de 3 de Agosto, gerou um foguetório de comentários que incendiou jornais, televisões e redes sociais. Agosto sempre foi o mês de tudo fechado para férias e das patetices na comunicação social. E é bom saber que, apesar de crise do sector, a boa tradição se manteve.
E dizer que, agora, as patetices alastraram aos restantes meses, é não saber distinguir o trigo do joio. Uma coisa são notícias patetas de Agosto, outra bem diferente, são notícias patetas de Março, Setembro, ou Dezembro, por exemplo.
A antecipação do lançamento de fogo-de-artifício aconteceu em muitas outras terras, mas Mirandela, Montalegre ou Guimarães, ficam muito longe de Lisboa. Marinhais foi o bombo da festa comentadeira, digamos assim, porque fica mais perto de Lisboa e qualquer fogo poderia chamuscar as mentes bem pensantes da capital e defumar-lhes as fatiotas.
Alguns mais exaltados diziam que, ainda por cima, os bombeiros lá da terra, tinham sido mobilizados para vigiarem os foguetes, em vez de estarem no quartel à espera de uma chamada para irem apagar fogos noutras terras, como Mirandela, Montalegre ou Guimarães. Aceita-se a crítica. Uma coisa é estarem no quartel de mangueira pronta e outra é estarem a cem metros do quartel, com ela na mão, a ver os foguetes de lágrimas. Faz toda a diferença!!
A propósito dos foguetórios, deve realçar-se que os mesmos são, há muito tempo, vítimas de implacáveis legisladores, que não desistem de acabar com eles. E não é só por causa dos incêndios.
Aqui há anos, alegando ouvidos sensíveis, fizeram uma lei do ruído que acabou com as alvoradas festivas de quarenta e cinquenta morteiros, às sete da matina, que eram alegria do povo e dos empreiteiros porque abalavam os alicerces de qualquer casa, abriam fendas nas paredes e faziam estalar as telhas mais antigas.
Na altura, disseram também, vê lá tu, que a morteirada fazia uivar os cães e guinchar os bebés; que talhava o leite nas garrafas, e que provocava arritmias fatais aos doentes cardíacos. Mentirolas para acabar com as poucas alegrias que tínhamos.
Felizmente as câmaras municipais, fizeram orelhas moucas à parte da legislação que também proíbe o ruído nocturno, entre as 22h00 e as 07h00 e dão autorizações excepcionais aos foguetório da meia-noite…para nossa felicidade!! Afinal se os aviões podem passar a arrasar Alverca, por exemplo, às tantas da madrugada, porque não os foguetes?!!
Falas, no teu último e-mail, na contratação do Quim Barreiros, pela Vigaria de Tomar, para um evento solidário destinado a angariar fundos para levar jovens ao Jubileu dos Jovens, em Roma, e sublinhas que eles lá foram, “ao ritmo do mestre da culinária”.
A cantiga que mencionas, é uma entre muitas possibilidades de cantorias a bordo do avião, mas tratando-se de um evento da igreja católica, talvez fosse mais adequada, “A vida de pároco”, por exemplo, onde a certa altura, depois de mencionar a beleza de uma paroquiana, ele canta: “Eu vou p’ra pároco dela/ Quero ir p’ra pároco dela”.
Saudações pirotécnicas
Manuel Serra d’Aire