Opinião | 03-09-2025 21:00

Safaris taurinos, línguas de perguntador e descontracção e estupidez natural

Emails do outro mundo

Efervescente, Serafim das Neves

Efervescente, Serafim das Neves
Há uma frase atribuída ao escritor americano Mark Twain, que me vem sempre à memória quando se aproximam eleições, e começo a conhecer os candidatos. “Tudo o que precisamos nesta vida é ignorância e confiança, e assim o sucesso é garantido”.
Com as eleições autárquicas marcadas para 12 de Outubro, ponho-me a pensar que, muitos dos vencedores dessa noite, devido à sua singela ignorância, irão atribuir a sua vitória, à confiança em si próprios, dando razão ao escritor.
Uma versão mais popular do que é essencial para o sucesso, é a que referes, avisadamente, na tua última missiva: “Descontracção e estupidez natural”. Prefiro esta. É menos intelectual, mas mais ecológica, digamos assim. E eu sou pela ecologia, embora ela tenha desaparecido da maioria dos programas eleitorais.
Depois de ler o que te aconteceu ao recorreres à Inteligência Artificial para saberes quem és, e descobrires que ela só conhece um tal futebolista como mesmo nome que tu, que viveu no século passado, optei por não lhe perguntar seja o que for sobre este teu amigo Manuel Serra d’Aire.
Já tinha deixado de fazer tal pergunta a outras inteligências, naturais, digamos assim, que, mesmo não sabendo nada de mim, dizem, sem pestanejar, o que lhes vem à cabeça como se fossem enciclopédias.
Farto de ser classificado, desde besta, a besta ao quadrado; cavalgadura; pedaço de asno; monte de alimento para moscas, e outras coisas ainda mais… vigorosas, digamos assim, decidi há muito viver na ignorância sobre o que pensam de mim, o que me tem feito um grande bem à saúde.
Sobre a tal Inteligência Artificial, vou ter que a gramar, como gramei a música Disco e gozar com ela enquanto posso. Pensar que, se eu, piscar o olho a alguém, a Inteligência Artificial me vai recomendar uma ida ao oftalmologista, não deixa de ser divertido.
Mas isto, de uma inteligência que não percebe o que são metáforas, sentidos figurados, ironias, ou subentendidos, não é novo. Sempre houve pessoas, e nós conhecemos algumas, que nunca se riram com anedotas, por mais hilariantes que fossem. Será que deveriam ser catalogadas como… Inteligências Artificiais?
Houve um safari no Ribatejo, tendo sido abatidos quatro toiros bravos, em Santarém. Foi a 18 de Agosto e, mais uma vez, apenas participaram elementos da GNR. Também não dei conta de protestos de amigos dos animais, talvez porque toiros bravos não são cães, imagino eu.
Não sei que operador turístico organizou o safari, mas é injusto que, tanto neste caso, como noutras caçadas ao toiro bravo tresmalhado, não tenham sido abertas inscrições para todos os cidadãos, como acontece em qualquer safari que se preze, mas apenas para militares da Guarda Nacional Republicana.
É verdade que houve safaris fotográficos, para registar momentos emocionantes de toiros bravos em fuga, pelas campinas e charnecas, mas foram iniciativas espontâneas. Excursões organizadas, fosse por câmaras municipais ou juntas de freguesia, não houve. Espero bem, que a promoção de safaris taurinos venha a ser incluída nos programas dos candidatos às eleições autárquicas. Pelo menos nos daqueles que defendem a igualdade de oportunidades.
Um amplexo natural
Manuel Serra d’Aire

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