Opinião | 26-11-2025 21:00

Trotinetas, tranças pretas, o Padrinho e informação para distraídos e passeadores de ‘patudinhos’ incontinentes

Emails do outro mundo

Vanguardista Serafim das Neves

Vanguardista Serafim das Neves
Os sinais públicos mais admiráveis que conheço, são os que dizem coisas como “proibido deitar lixo para o chão” ou “proibido deitar beatas para o chão”. São extremamente úteis, como se percebe, apesar de incompletos. Eu, por exemplo, fico sempre sem saber se só é proibido deitar lixo ou beatas para o chão junto deles, ou se a área de abrangência dos mesmos, é mais alargada.
É uma falha, não colocarem um sinal de início e outro de fim de proibição, como para as ultrapassagens. E também podiam indicar o período horário, como nos estacionamentos. Proibido deitar lixo para o chão entre as 08h00 e as 20h00 era bem mais eficaz. Todos os que deitam lixo para o chão continuariam a fazê-lo, mas pelo menos, saberiam a extensão exacta da sua transgressão, digamos assim.
Um dia destes vi um contentor do lixo com um autocolante a avisar que o mesmo era para colocar lixo, não fosse alguém pensar que era para guardar a roupa interior, por exemplo. O investimento em sinalização e informação municipal nunca é demais. E tem crescido, pelo que vou observando. Por vezes os sinais e avisos são tantos, tantos, que têm que ser encavalitados uns em cima dos outros. E não me admirava nada que alguns passeios tenham que ser ampliados, para caberem lá todos.
Se alguém deita lixo ou beatas para o chão; se usa um martelo pneumático no apartamento às duas da manhã, ou se não apanha o presente que o “patudinho”, digamos assim, deixou no passeio ou na relva do jardim onde brincam crianças, é só por distracção. E talvez por isso, nunca ninguém apanha uma daquelas coimas previstas nas múltiplas leis, posturas e regulamentos. Punir distraídos é abominável!!
Aqui há dias constatei que o Entroncamento, cidade na vanguarda de tudo, ou quase tudo, se tornou uma espécie de capital da trotineta eléctrica. E merece-o mais do que a Golegã merece ser a capital do cavalo.
Na Golegã só há cavalos, daqueles, mesmo de quatro patas, durante a Feira de S. Martinho. E só em zonas delimitadas. No Entroncamento há trotinetas todos os dias e a todas as horas, seja em ciclovias, passeios, ruas, arruamentos, jardins, praças, becos, estradas e esplanadas.
O novo meio de transporte é uma moda só comparável à das tranças pretas que teve direito a fado e tudo. Se o novo presidente da câmara, Nelson Cunha, aderir à moda - não das tranças pretas, mas da trotineta - e começar a usá-la para as deslocações oficiais na cidade, é a cereja em cima do bolo, como se costuma dizer. Afinal, na vizinha capital do cavalo, o presidente nunca foi, nem vai, para as reuniões do executivo, montado num puro-sangue Lusitano.
Termino com uma das primeiras decisões do novo presidente da câmara de Tomar, Tiago Carrão (AD/PSD/CDS-PP): a entrega ao vereador do Chega, Samuel Fontes, de um lugar a tempo inteiro, no executivo, ao lado das eleitas da sua lista, Célia Bonet e Sandra Cardoso. Não sei se o autarca anda a ver filmes antigos, mas em O Padrinho II, Michael Corleone, interpretado por Al Pacino, defende que se devem manter os amigos perto e os inimigos… ainda mais perto.
Um abraço sobre rodas
Manuel Serra d’Aire

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