Opinião | 17-12-2025 21:00

O aeroporto que não aterra e a intoxicação alimentar fatal no Tribunal de VFX

Emails do outro mundo

Natalício Manuel Serra d’Aire

Natalício Manuel Serra d’Aire
O lírico ou o ingénuo que há em nós leva a que muitas vezes se confundam pedidos de informação prévia, projectos ou mesmo meras declarações de intenções com a realidade concreta. Mas uma realidade que a experiência nos atira à cara todos os dias é que uma coisa são as palavras debitadas com muito ênfase e outra coisa é o que acontece na prática. E a novela da localização do novo aeroporto é um dos melhores exemplos que temos para apresentar. Meio país exultou quando o novo Governo, em meia dúzia de dias, se decidiu pela localização do novo aeroporto internacional de Lisboa no concelho de Benavente, fazendo um figurão. Só faltou haver arraial e foguetes no ar, como no dia em que o rei faz anos...
Quase dois anos depois, pouco mais se soube sobre o dito cujo. A não ser que o Governo quer a coisa pronta lá para 2035 e a concessionária fala em 2037. Uma diferença de dois anos que é uma gotinha de água no oceano temporal que o processo já conta. Sendo famosa, de experiência demasiadas vezes comprovada, a nossa difícil relação com o cumprimento de prazos de empreitadas (e não só), deixo o meu pouco arriscado vaticínio de que a nova presidente da Câmara de Benavente - mesmo que consiga cumprir os três mandatos seguidos que a lei lhe permite, caso os eleitores estejam para aí virados – dificilmente estará no cargo quando for inaugurado o mastodôntico empreendimento no seu território. Provavelmente terá de se contentar com a sempre vistosa cerimónia de lançamento da primeira pedra, um acto peculiar com que os políticos gostam de assinalar a sua veia empreendedora. Pena que, por vezes, a primeira pedra ali fique sozinha e abandonada durante anos. Como bem sabes, cá pela região temos algumas…
Tal como muito bem mencionaste, os ratos andam a atacar em força no Tribunal de Vila Franca de Xira, esse mesmo que aguarda há muitos anos pela aposentação e por ser substituído pelo novo tribunal da cidade, prometido há muito tempo. Tanto que, algum dia, está a fazer concorrência ao famigerado aeroporto no top das promessas adiadas.
Os roedores constituem um perigo para a saúde de funcionários e clientes do tribunal e também para o próprio sistema judicial, pois é provável que gostem de banquetear-se com a papelada dos processos que por ali abundam. Mas a bicharada que se ponha à tabela e que não tenha mais olhos do que barriga, porque tratando-se de um tribunal português é provável que a frescura e salubridade de alguma da matéria comestível sejam duvidosas. O facto de terem sido encontrados cadáveres de ratos no edifício indicia que as vítimas podem ter sido vítimas de intoxicação alimentar causada por algum produto fora de prazo. À atenção da ASAE e do Ministério Público!
Um abraço e votos de boas sestas do
Serafim das Neves

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