Opinião | 31-12-2025 21:00

Um mausoléu para um cadáver político, gatos, capacetes e música para políticos menos afortunados

Emails do outro mundo

Camoniano Manuel Serra d’Aire

Camoniano Manuel Serra d’Aire
Estamos em mais uma quadra natalícia, época amada por uns, detestada por outros, que deixa o comércio a esfregar as mãos com a febre consumista que se propaga nesta época do ano. A pretexto do aniversário de um bebé chamado Jesus instalam-se um regabofe e uma euforia desmedida. E os preços trepam como quem escala os Himalaias. Não se estranha por isso que o presépio, que representa o nascimento de Jesus numa manjedoura, também tenha burros e camelos. São animais com que me identifico quando tenho de pagar exorbitâncias pelo bacalhau, pelo bolo-rei ou pelo polvo, por exemplo.
E por falar em prendas, aqui vão algumas que pedi ao Pai Natal para distribuir por algumas figuras da campina e bairro ribatejanos. E a primeira, mais do que merecida, é um mausoléu para acolher com a dignidade devida o cadáver político do seu querido líder Francisco Madelino, que cometeu a proeza de perder as eleições para a câmara municipal frente a uma ex-camarada, na segunda tentativa fracassada para chegar a presidente. Antes já tinha levado nas lonas da famigerada Anita do Bloco de Esquerda. Perito em altos cargos de nomeação política, para onde não são chamados os votos dos seus concidadãos, Madelino é um zero à esquerda quando se trata de concorrer ao mais alto cargo no concelho onde nasceu e é dado como politicamente morto. Ou ainda há por aí quem acredite na ressurreição?
Aos funcionários do Tribunal de Vila Franca de Xira, que há anos ouvem falar de novas instalações e melhores condições de trabalho, faço votos que o Pai Natal lhes ofereça um bando de gatos, devidamente encorpados e rufias, que barrem a entrada aos ratos no palácio da justiça e assim evitem incómodos desnecessários e mais queixas pouco abonatórias sobre o nosso sistema de justiça. Da minha parte, desejo também a quem trabalha nesse tribunal boa sorte e saúde até 2031, para que possam presenciar a inauguração do novo edifício, agora prometido pelo Governo para daqui a meia dúzia de anos. Isto, claro, se não chover muito ou o mundo não acabar entretanto…
Ao presidente da Câmara de Santarém, João Leite, peço ao Pai Natal que lhe ofereça um capacete de obras topo de gama, para poder acompanhar em segurança as múltiplas obras que estão em curso e/ou que estão prometidas para o seu concelho neste mandato que agora começa. Um equipamento de protecção polivalente, já que também pode ser útil para proteger o crânio das mocadas da oposição, caso as promessas não saiam do papel.
Entre as prendas de Natal não pode também faltar a música, arte tão do agrado dos políticos. Só duas sugestões, por falta de espaço, destinadas a políticos menos afortunados nos últimos tempos. Para o ex-presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado, sugiro o single de Sérgio Godinho “Arranja-me um Emprego”, por razões óbvias. Para o ex-presidente de Almeirim, Pedro Ribeiro, que atravessou o Tejo para tentar conquistar Santarém, proponho o êxito de Marco Paulo “Eu tenho dois amores”, dividido que anda o autarca entre a afeição às raízes e as aspirações políticas na outra margem.
Um bacalhau com todos do
Serafim das Neves

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