Opinião | 03-08-2022 09:59

A paixão ardente pelo fogo, o partido mais escavacado do Ribatejo e o proletariado preguiçoso

A paixão ardente pelo fogo, o partido mais escavacado do Ribatejo e o proletariado preguiçoso

Arguto Manuel Serra d’Aire

Arguto Manuel Serra d’Aire
Sempre me intrigou o fascínio das televisões e de boa parte da população pelos fogos florestais, que deve ser semelhante ao que em tempos houve pelas fogueiras da Santa Inquisição (embora na altura não houvesse televisão). Há ali uma veia de imperador Nero difícil de explicar e que me consome as meninges porque ver, horas a fio, dias a fio, fogo, fumo, bombeiros a esticar mangueiras, populares num ‘Deus nos acuda’ e autarcas de colete garrido a mandar uns bitaites não é propriamente aquilo que considero um bom conteúdo televisivo. Mas isso sou eu a dizer, que sou um bocado esquisito.
Já as nossas televisões não são de grandes esquisitices e, não contentes com os fogos nacionais, que entretanto foram acalmando, dedicaram-se também a repetir até à exaustão imagens de fogos em Espanha, França, Inglaterra, Grécia e sei lá que mais. E, como se isso também não bastasse, à míngua de fogos em território nacional passaram também a emitir reportagens sobre os fogos que exaustivamente tinham reportado há uma ou duas semanas. Se isto não é piromania noticiosa, então não sei como lhe chamar…
A saturação chegou a tal ponto que até os próprios populares (que muitas vezes se pelam em aparecer na TV) já se mostram fartinhos das câmaras de filmar e de repórteres de microfone em punho a atrapalharem-lhes os movimentos com perguntas tão básicas como as que costumam fazer aos adeptos antes ou depois de um jogo de futebol. Pior que isto, realmente, só aqueles directos televisivos intermináveis a seguir os autocarros das equipas de futebol, mas isso já é de outra galáxia. Já dizia Albert Einstein: “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta”. Ámen!
Quem merecia um minutinho na televisão era o presidente da Junta de Freguesia de Vialonga que na última sessão da assembleia de freguesia disse em voz alta aquilo que muitos só dizem em privado e em surdina. O autarca não esteve com meias medidas e atirou-se a alguns funcionários da junta por passarem boa parte do horário no café em lugar de andarem a cuidar do espaço público e até se escondem quando vêem um carro da junta a passar. Claro que o socialista João Tremoço comprou uma guerra porque se meteu com o proletariado. E tu sabes como há partidos e sindicatos que não perdoam a quem se mete com os ‘trabalhadores’. Mesmo que alguns desses trabalhadores realmente não trabalhem muito, mas isso já é outra história.
Igualmente sobre brasas têm estado as estruturas concelhias do Chega em VFX e Benavente. Como é que um partido tão recente consegue ter já um histórico assinalável de quezílias e desavenças internas é outro mistério para mim. Já foi no Entroncamento, em Santarém e agora é lá mais para o sul do Ribatejo que os militantes do partido dos portugueses de bem andam à traulitada. Não há, realmente, partido mais escavacado do que este Chega. Imagina agora se fosse o partido dos portugueses de mal…
Um bacalhau na brasa do
Serafim das Neves

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