Opinião | 13-08-2022 17:59

As saudades das misses t-shirt molhada e um caso de estudo em Alvega e Concavada

As saudades das misses t-shirt molhada e um caso de estudo em Alvega e Concavada

Observador Manuel Serra d’Aire

Observador Manuel Serra d’Aire
A ditadura do politicamente correcto e o activismo das igualdades de género, transgénero e sei lá que mais estão a transformar a nossa sociedade e os nossos costumes de forma sibilina e indelével. Aos poucos, pé ante pé, sorrateiramente, de forma gradual, o mundo, o nosso pequeno mundo, está a mudar de forma quase imperceptível. Tu levantaste a lebre no derradeiro parágrafo da tua última epístola, ao aludires ao lamentável desaparecimento dos concursos de miss t-shirt molhada (também pode ser por causa da seca) ou até do igualmente vistoso concurso da miss minissaia que havia ali para as bandas de Alcanede.
E observaste com toda a propriedade, e provavelmente com algum desalento, que esse fenómeno (que não é só do Entroncamento) parece agora estar a alastrar aos puritanos concursos de rainha das vindimas, como aconteceu na pacata localidade de Aveiras de Baixo, onde não apareceu qualquer concorrente ao título de miss da freguesia.
É um sinal preocupante, até porque, ao contrário do que os mais leigos possam pensar, as candidatas a rainha das vindimas não têm que agarrar na tesoura e cortar cachos ao sol ou à chuva, nem alombar com cestas de vime cheias de uvas. E tão pouco são obrigadas a pisar os cachos nos lagares, como se fazia antigamente. Não, as jovens só têm que desfilar de vestido de noite e de traje tradicional e não têm de exibir-se em trajes menores. Mas nem assim houve voluntárias e a freguesia de Aveiras de Baixo vai passar pela vergonha de perder por falta de comparência…
Mudando de assunto, a notícia da semana, para mim, foi a dos populares que travaram um ladrão em Fátima, depois do homem ter tentado roubar uma carteira a uma mulher. Não sei se os bons samaritanos arvorados em brigada criminal aproveitaram para chegar a roupa ao pelo ao meliante até à chegada das autoridades, mas se isso aconteceu fizeram muito bem. Mesmo um ladrão deve ter a sua dose de civismo e boa educação. Ora, se nos tempos que correm assaltar com violência uma senhora já é algo extremamente censurável, fazê-lo em Fátima, terra da Virgem Maria, é duplamente condenável e merecedor de correctivo adequado. Como facilmente se percebe, o roubo tinha tudo para correr mal. E se o gatuno estava à espera de milagres, já deve ter ficado convencido que as divindades não ajudam malandros…
A União de Freguesias de Alvega e Concavada, em Abrantes, tem andado num sobressalto desde as autárquicas de Setembro de 2021. Primeiro, os partidos que compunham a assembleia de freguesia (PS, PSD e BE) não se entenderam quanto à formação do executivo da junta de freguesia, o que obrigou à realização de eleições intercalares em Abril de 2022. Aí, uma frente eleitoral travestida de movimento independente, com gente desde o BE ao PSD, roubou a junta ao PS e passou a governar a união de freguesias. Só que, entretanto (e só passaram quatro meses), o movimento independente transformou-se num saco de gatos assanhados e têm-se sucedido os episódios caricatos e as demissões, tanto no executivo da junta como na mesa da assembleia de freguesia. Um caso de estudo que devia figurar nos manuais dos cursos de ciência política (e também de psicologia)… Como dizia uma das muitas criações do Herman: “Eu é que sou o presidente da junta!!!”.
Aquele amplexo do
Serafim das Neves

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