Opinião | 07-06-2022 09:59

Feiras, festas e arraiais de pancadaria são o pão-nosso de cada dia

Feiras, festas e arraiais de pancadaria são o pão-nosso de cada dia

Desconcertante Manuel Serra d’Aire

O Entroncamento continua a dar cartas no que a coisas fenomenais diz respeito e a novidade que deixaste na tua última epístola é assinalável. O regresso dos copos de plástico às festas da cidade está ao nível do regresso das calças à boca-de-sino, dos discos em vinil, dos bigodes e do Volkswagen carocha. É o mercado da saudade a funcionar e não há pruridos ambientalistas que o vençam. Não sei que mais fará a câmara neste nostálgico regresso ao passado, mas presumo que, por esses dias, vamos ver comboios a vapor a circular nas linhas que servem a cidade.
Onde a tradição também ainda é o que era é no mercado semanal de Tomar, onde os desacatos vão acontecendo com alguma cadência garantindo animação extra ao local. Um dos últimos episódios envolveu agressões de feirantes a funcionários e ameaças a uma vereadora, relatou este jornal. Quem gosta de acção e adrenalina não pode faltar ao mercado de Tomar. E com um bocadinho de sorte ainda acaba a nadar no Nabão…
Ainda por Tomar, anda uma disputa acesa pela posse de um terreno que tem como beligerantes a câmara municipal de maioria socialista e o CIRE, instituição que cuida de pessoas com deficiência e que é dirigida por uma antiga vereadora da oposição PSD. Se o diferendo não envolvesse gente tão polida e letrada, era caso para temer que acabasse tudo à sacholada, como acontece noutras paragens mais rústicas. Assim, pode ser que a coisa se resolva com um chazinho e bolachas entre as partes. Vamos esperar para ver e a CMTV que esteja atenta.
Outro evento onde não costuma faltar agitação é na Feira da Agricultura em Santarém, à boa moda das festas ribatejanas onde, se não há sangue em sessões de pancadaria, nas largadas de toiros ou nas picarias aquilo nem é festa nem é nada. Tempos houve, antes da pandemia, em que a Feira da Agricultura era também conhecida pela Feira da Batatada, com animados arraiais de murros, cabeçadas e pontapés pela madrugada dentro. Vamos ver como é este ano. Mas depois de dois anos de confinamento, é provável que os ‘brucelís’ e os ‘chico norris’ de trazer por casa estejam mortinhos para mostrar os truques que aprenderam em tutoriais na Internet. Como o seguro morreu de velho, se lá for este ano em vez do barrete de campino vou equipado com capacete e botas de biqueira de aço.
Ufano das suas festas tem andado o presidente da Câmara da Chamusca, por terem custado meio milhão de euros ao erário público, disse ele. Paulo Queimado parece ser portador daquele tique comum entre os novos-ricos: não lhe basta gastar dinheiro, é preciso que os outros saibam e (de preferência) invejem. Mas, que se saiba, aquela autarquia não é propriamente nova; e muito menos rica. Será que, depois das armas roubadas dos paióis de Tancos, agora encontraram petróleo na Chamusca?
Saudações festivas do
Serafim das Neves

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