A nomeação do mesmo revisor oficial de contas (ROC) para a Câmara de Almeirim mereceu críticas na assembleia municipal desta segunda-feira à noite, por parte da oposição que teve ainda o apoio de um eleito da maioria socialista. PSD, CDU e o socialista Rui Pires mostraram-se contra a aquisição dos serviços, que são uma imposição legal, à firma Martins Pereira, João Careca e Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda por considerarem que a rotatividade do ROC representaria mais transparência. Desde que é obrigatória a existência de um revisor para fiscalizar as contas do município que a autarquia contrata sempre a mesma entidade, o que para João Lopes do PSD é "um exagero". "Dizem as boas práticas que deve haver rotatividade para não se acomodarem. Ser sempre a mesma pessoa não é uma boa prática de gestão", sublinhou o eleito. A bancada da CDU também defendeu a rotatividade mas a posição mais crítica foi de Rui Pires. "Era altura de a câmara fazer um concurso, porque à mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta", defendeu o autarca socialista, acrescentando que é contra porque "a vontade de mudança é nula e as pessoas habituam-se a um certo descanso e isso é fatal para elas e para as entidades que fiscalizam". Em defesa da manutenção do mesmo ROC interveio o socialista Alfredo Trindade, ex-presidente da Junta de Benfica do Ribatejo, dizendo que "em equipa que ganha não se mexe. Mudar por mudar mais vale estar como está". O presidente da câmara justificou que muda de revisor se o legislador obrigar a que exista essa obrigatoriedade. Pedro Ribeiro sublinhou ainda que além do revisor "há uma série de entidades que aferem as contas do município e que não é sempre a mesma pessoa da Martins Pereira, João Careca e Associados que faz as auditorias às contas". A proposta da câmara de contratar a Martins Pereira, João Careca e Associados por um valor de 9900 euros anuais foi aprovada na assembleia com os votos da maioria socialista, o voto contra do PSD e do eleitos do PS Rui Pires. A CDU e o MICA abstiveram-se.