Política | 10-06-2021 15:00

Jovem médico é o candidato da CDU em Santarém

Jovem médico é o candidato da CDU em Santarém
POLÍTICA

André Gomes, actualmente eleito na assembleia municipal, quer recuperar para os comunistas um lugar na vereação.

Médico de Saúde Pública, amante de música, o jovem André Gomes candidata-se à Câmara de Santarém pela CDU para mostrar que o PCP “não é um partido de velhos” e que é possível um outro futuro para o concelho.

Militante do Partido Comunista Português desde 2015, André Gomes, 30 anos, foi eleito deputado municipal nas eleições autárquicas de 2017 pela coligação que junta o PCP e o Partido Ecologista Verdes, e num processo de “discussão coletiva, muito democrático”, sobre os nomes “em cima da mesa”, foi o escolhido, já depois de se ter “mostrado disponível”.

André Gomes terminou recentemente a especialidade em Saúde Pública, segunda escolha por não haver vaga em Santarém para Psiquiatria, mas não se arrepende, pelo âmbito “mais global”, que abarca também a saúde mental, de uma área que em Portugal está “em vias de extinção”, disse à Lusa.

À profissão que escolheu ainda em criança, o candidato junta a paixão pela música, que o faz andar há 15 anos pelo Conservatório de Santarém, onde aprendeu piano, canto coral, composição e canto lírico, um ‘hobby’ que o levou a cofundar, há três anos, o Coro Voar das Artes, com 14 jovens coralistas.

Para Santarém, André Gomes sonha um museu municipal, ausência incompreensível numa capital de distrito, igrejas cheias de arte, um museu de portas abertas para o Tejo, com pequenos barcos a trazerem gente à cidade, e o Museu de Abril e dos Valores Universais a sair de vez da gaveta e a honrar a cidade de onde saiu a coluna de Salgueiro Maia na madrugada de 25 de abril de 1974.

Quer ainda ver Santarém na rota dos artistas que levam música, dança e teatro país fora, e o centro histórico reabilitado, com espaços para acolher jovens criadores, capazes de revitalizarem a cidade.

No conjunto de “ideias a fervilhar” inclui-se ainda a elevação de figuras como Pedro Álvares Cabral e José Saramago, para ligar o concelho ao Brasil e a Lanzarote, bem como resgatar a herança árabe de Xantarim, “abrir esse baú e conseguir essa ligação entre povos, entre culturas diferentes, entre cristãos e muçulmanos”. “Dar esse exemplo de humanidade e de cooperação entre os povos que tanta falta faz nos dias de hoje”, disse.

André Gomes transporta ainda a bandeira da “ecologia, dos princípios verdes, do urbanismo verde como resposta às alterações climáticas e como forma a garantir bem-estar para a população”.

“Todos nós que cá vivemos e trabalhamos sofremos com as altíssimas temperaturas que se fazem sentir no nosso concelho, [o que leva a CDU] a querer fazer proliferar os parques, os jardins. Que cada rua possa ser uma rua florida, arborizada”, preconizou.

Para inverter a queda de população do concelho, propõe a reabilitação dos centros históricos da cidade e das vilas, com habitação a preços capazes de atrair pessoas, numa altura em que é possível trabalhar remotamente onde se tem melhor qualidade de vida.

Outro ponto de honra da candidatura é assegurar a “gestão pública e democrática dos vários serviços”, desde o mercado municipal aos resíduos e às águas. “É uma linha que vamos defender e que entendemos como central da nossa acção”, disse, acrescentando a promoção da “participação mais democrática dos habitantes”, nomeadamente através de “orçamentos participados”, em que as pessoas tenham uma palavra a dizer sobre investimentos na sua rua, no seu bairro.

“Há muita malta nova que está aqui para a política e motivada para mostrar que [o PCP] é um partido centenário, mas de jovens também”, disse, admitindo que é “um desafio enorme para alguém tão novo” encabeçar a lista de um partido com grande implantação a nível autárquico.

Em 2017, a CDU perdeu o eleito que mantinha no executivo municipal desde as primeiras eleições democráticas (no mandato de 2001 a 2005 chegaram a ser dois), presença que a coligação quer recuperar.

O executivo é liderado por Ricardo Gonçalves. O PSD obteve 43,2% dos votos em 2017 e elegeu cinco dos nove elementos, ocupando o PS (34,1%) os restantes lugares. A CDU teve 7,6% dos votos, o CDS 5,4% e o BE 4,1%, num concelho que em 2017 tinha 51.718 eleitores inscritos.

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