Política | 11-06-2021 18:00

Candidato do Chega em Santarém quer defender o mundo rural

Candidato do Chega em Santarém quer defender o mundo rural
POLÍTICA

Médico veterinário Pedro Frazão mora em Cascais, é pai de uma família numerosa e assume-se como conservador nos costumes e liberal na economia.

Pai de uma família numerosa, católico, membro da Opus Dei, o médico veterinário Pedro Frazão faz da ruralidade e da defesa das famílias bandeiras da sua candidatura pelo Chega à Câmara de Santarém nas autárquicas deste ano.

“A razão pela qual me candidato é voltar a pôr Santarém no panorama da política nacional em Portugal. É defender o mundo rural, a capital do Ribatejo, a capital do gótico”, disse à Lusa o candidato.

Pai de oito filhos, Pedro Frazão defende a criação de condições para que as famílias se fixem e tenham “os filhos que desejarem”, num concelho que em oito anos “perdeu mais de 5 mil habitantes”, e sublinha que é preciso oferecer oportunidades a quem queira aqui instalar-se.

“O Brasil pode ter um grande desempenho”, disse, salientando que “Santarém é a capital do Brasil na Europa”. “Temos tipicamente muito turismo brasileiro que vem cá. E por que não tentar fixar pessoas que queiram vir por bem, que queiram trabalhar, que queiram vir contribuir para a nossa sociedade e fazer crescer Santarém?”, questionou.

Não sendo escalabitano, nem residindo no concelho – mora em Cascais, distrito de Lisboa -, Pedro Frazão assegura que tem “uma grande ligação à cidade”, não só pelas raízes paternas no município vizinho de Alcanena, como pelo facto de a mulher, médica dentista, dar consultas em Santarém, ocasiões em que aproveita para conhecer o território e “falar com as pessoas”.

Com um percurso político recente – inscreveu-se como militante do Chega depois da eleição de André Ventura para o parlamento em 2019 -, Pedro Frazão, 46 anos, pautou a sua vida pela máxima “se queres mudar o mundo vai para casa e ama a tua família”, retirada de um discurso de Teresa de Calcutá, até ao dia em que começou a sentir “uma certa necessidade de participar mais activamente na vida política nacional”.

“Houve um certo sentimento de que tenho de fazer qualquer coisa, porque estamos muito mal entregues. Foi isso que em primeiro lugar me motivou a vir para a vida política”, afirmou, referindo que se revê no partido por ser "conservador nos costumes e liberal na economia”.

Quanto ao pertencer à Opus Dei, sublinha a necessidade de “desmistificar” aquele que é “um caminho dentro da Igreja”, considerando-se “um católico comum”. “Podem associar-me à Opus Dei, ao Benfica, a alguns bons restaurantes”, declarou.

Para Pedro Frazão, a indicação do seu nome pela distrital do partido para liderar a lista do Chega a Santarém deveu-se essencialmente ao facto de ser membro da direção nacional, num “sinal da importância que o distrito tem para o partido”, e à ligação à ruralidade resultante da sua formação académica (medicina veterinária).

“Santarém tem de voltar a ser uma cidade de primeira linha em Portugal e, pese embora não tenha nascido nem tenha residência habitual em Santarém, a principal qualidade para um presidente de câmara é a eficácia, a competência e não a residência”, salientou, dando o exemplo de grandes empresas que escolhem “gestores de fora” quando precisam fazer “uma reestruturação a sério e quando têm um problema grave de estagnação, que é o que está a acontecer” com o concelho.

“Santarém precisa de alguém de fora, de alguém com visão nacional, com ímpeto e com garra, e é isso que quero levar a Santarém”, rematou.

O executivo municipal escalabitano é liderado por Ricardo Gonçalves (PSD), que vai candidatar-se a um terceiro mandato autárquico. Foram também já apresentadas as candidaturas do PS, da CDU e do BE. O PSD obteve 43,2% dos votos nas eleições autárquicas de 2017 e elegeu cinco dos nove elementos do executivo municipal, ocupando o PS (34,1%) os restantes lugares. A CDU teve 7,6% dos votos, o CDS 5,4% e o BE 4,1%, num concelho que em 2017 tinha 51.718 eleitores inscritos.

Fundado em Abril de 2019, o Chega teve, nas eleições legislativas realizadas nesse ano 2,8% dos votos (810) em Santarém, com André Ventura, nas presidenciais realizadas em janeiro passado, a conseguir 1.078 votos (4,5%).

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