A Assembleia Municipal de Mação chumbou as contas da Tejo Ambiente referentes a 2020, primeiro ano de funcionamento em pleno da nova empresa intermunicipal. Desde que Mação entrou na organização que gere os sistemas de abastecimento de água e saneamento básico de Ourém, Tomar, Sardoal, Vila Nova da Barquinha e Ferreira do Zêzere, que tem havido alguma crispação. O presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, chegou mesmo a demitir-se da presidência da assembleia-geral da empresa no final de 2020 como forma de protesto pela discriminação que diz ter sentido para com o seu concelho.

Sendo o terceiro concelho com mais peso na estrutura accionista da empresa, Mação vai ter que comparticipar com 248 mil euros dos cerca de 2,2 milhões de euros de resultado líquido negativo de 2020, correspondendo aos 10,85% de participação que detém. Na última sessão da assembleia municipal, Vasco Estrela voltou a afirmar que o tratamento de que o concelho de Mação está a ser alvo não é o mais correcto. “A Tejo Ambiente continua a deixar de parte o município no plano de investimentos previsto”, criticou o autarca.

Em relação às contas negativas do primeiro ano de actividade da empresa, Vasco Estrela reconheceu que é normal, ao início, tudo demorar o seu tempo até normalizar. O autarca esclareceu também que votou contra o relatório da prestação anual de contas e a injecção de capital pelos sócios como sinal político de desagrado.

“A minha posição é meramente política uma vez que, nos termos da lei, somos obrigados a fazer a injecção de capital. Votei contra para ser coerente com a posição que tomei com a minha demissão de presidente da assembleia-geral. Situação que aconteceu tendo em conta aquilo que era o tratamento diferenciado que o município de Mação estava a sentir e a sofrer em relação aos investimentos da Tejo Ambiente, o que ainda se mantém”, justificou.

Recorde-se que a Tejo Ambiente teve um início atribulado no concelho de Mação com vários problemas reportados e que têm motivado queixas por parte dos consumidores, nomeadamente em relação à facturação, falta de qualidade do serviço prestado na recolha de lixo, entre outros.

A Tejo Ambiente tem um capital social de 600 mil euros e os municípios de Tomar e Ourém detêm as maiores participações (35,63% e 32,37%, respectivamente). Segue-se Mação (10,85%), Ferreira do Zêzere (7,94%), Vila Nova da Barquinha (7,63%) e Sardoal (5,58%).