Política | 11-09-2021 19:09

Arrufos, nostalgia e elogios na última assembleia municipal do Entroncamento antes das próximas eleições

PS e PSD trocaram mimos na ultima assembleia municipal e BE pediu um voto de solidariedade para os trabalhadores da Ambiente e Jardim que ainda não receberam aquilo a que têm direito.

A Assembleia Municipal do Entroncamento do dia 10 de Setembro, a última do actual mandado, começou com um minuto de silêncio pela memória do ex-Presidente da República, Jorge Sampaio. A evocação do seu perfil politico, cívico e humano foi aplaudida por todas as bancadas.

No período antes da ordem do dia, foi tempo de balanço das diferentes bancadas sobre o mandato 2017-2021, marcando-se a despedida de vários deputados municipais e avaliando-se a prestação politica e os contributos para a causa pública, com elogios, agradecimentos e até poesia. Depois do período de nostalgia o Bloco de Esquerda pediu um voto de solidariedade para com os trabalhadores da empresa Ambiente e Jardim que assegura a limpeza dos comboios e das oficinas da CP. Os trabalhadores foram integrados noutra empresa mas não receberam os vencimentos de Julho e Agosto e subsidio de férias.

A bancada do CDS interpelou o presidente da câmara sobre a situação da empresa HidroBetão. Jorge Faria não adiantou mais do que já foi noticiado por O MIRANTE: a empresa foi encerrada no dia 19 de Agosto com a colocação de uma placa de encerramento mas no dia 24 entrou uma acção de impugnação por parte da empresa que está ainda a ser alvo de análise e instrução.

No ponto dois da Ordem de Trabalhos que se reportava à aprovação da transferência de competências para a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo – Acção Social, verificaram-se os votos contra da CDU e Bloco de Esquerda e a abstenção do CDS. O deputado António Ferreira da CDU, justificou a sua tomada de posição com o argumento da “cegueira politica e ideológica deste governo, que terá muitos custos no futuro”, uma vez que as comunidades intermunicipais registam falta de capacidade e de meios para o exercício destas funções. De igual modo o deputado Carlos Matias, pela bancada do Bloco de Esquerda, defendeu que esta transferência de competências é incorrecta por “serem omitidas e não garantidas quaisquer verbas para suporte das competências cuja assunção nos é proposta”, referindo ainda que “este processo vem embrulhado de uma versão enganadora de suporte à regionalização, que de facto não existe”.

No ponto quatro, relativo à apreciação do projecto de Decreto-Lei que altera os estatutos da Fundação Museu Nacional Ferroviário Armando Ginestal Machado, verificou-se a abstenção do deputado da CDU, tendo as restantes bancadas votado favoravelmente. Foram apresentados, no entanto, alguns reparos por parte do Bloco de Esquerda e da CDU. Foi referido pelo deputado António Ferreira (CDU) que o voto de abstenção, e não contra, é justificado por se ter verificado algum reforço das competências do Estado, o que representa uma ligeira evolução. Por parte do Bloco de Esquerda, apesar do voto favorável, foi feita uma chamada de atenção para o processo de elaboração do texto dos estatutos, de forma algo descuidada, com muitas emendas e aditamentos, como foi aliás assinalado pela Inspeção Geral de Finanças; referindo-se também que continua a ser preciso um reforço de responsabilidades e recursos por parte do Estado, na gestão da Fundação.

Ao longo da sessão houve troca de acusações entre PS e PSD e algum acerto de contas sobre o procedimento e relacionamento politico de ambos os partidos. o PSD acusou o PS e Jorge Faria de falta de ao respeito pelo direito à oposição e à total liberdade de expressão. Faria criticou as extensas declarações de voto apresentadas pelos deputados do PSD que classificou de verdadeiros “estendais”, lamentando nunca ter sido possível estabelecer qualquer consenso com esta bancada.

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