Política | 24-10-2021 07:00

PSD dificulta entendimento na Câmara do Entroncamento

PSD dificulta entendimento na Câmara do Entroncamento
Novo executivo municipal da Câmara do Entroncamento reuniu pela primeira vez no novo mandato na sexta-feira, 20 de Outubro, e PS e PSD não chegaram a entendimento para governação

Falharam as primeiras negociações entre socialistas e social-democratas na Câmara do Entroncamento para viabilizar uma solução governativa estável. Os dois partidos têm três eleitos na vereação, com o PS a governar com maioria relativa. PSD queria ter vereadores com funções executivas mas, para já, a sua proposta não foi acolhida.

As negociações entre PS e PSD para facilitar a governação da Câmara do Entroncamento não surtiram grande efeito até à data, com os socialistas a recusarem a proposta dos social-democratas, que exigia um vereador a tempo inteiro e mais dois vereadores a meio tempo em contraponto aos três eleitos socialistas com pelouros.

Refira-se que o PS ganhou a câmara com maioria relativa e uma diferença inferior a 1% sobre o PSD, tendo os socialistas ficado com três eleitos no executivo, tantos como os do PSD. O Chega elegeu um vereador e já começou a funcionar como fiel da balança ao viabilizar a nomeação como vereador a tempo inteiro de um terceiro elemento do PS, o vereador Carlos Amaro, que se junta à vice-presidente Ilda Joaquim e ao presidente Jorge Faria na gestão executiva do município. O PSD votou contra essa proposta.

“Mostramos disponibilidade em colaborar porque a votação das eleições mostrou a vontade dos eleitores e podemos falar num empate técnico entre PS e PSD. Um vereador social-democrata com pelouros faria todo o sentido porque é essa a vontade da população que votou”, afirmou o vereador do PSD Rui Madeira a O MIRANTE após a primeira reunião de câmara do novo mandato, um dia depois da tomada de posse.

A primeira reunião do actual mandato, que decorreu na tarde de sexta-feira, 15 de Outubro, mostrou que o presidente Jorge Faria não vai ter a vida fácil para gerir a Câmara do Entroncamento. Dos três pontos da ordem de trabalhos o autarca socialista teve que fazer várias cedências às propostas apresentadas pelo PSD.

No ponto 1 sobre o regimento das reuniões de câmara Jorge Faria viu-se obrigado a passar as sessões camarárias, que se realizam às terças-feiras de manhã, para o período da tarde. Até aqui o público apenas podia intervir na primeira sessão de cada mês. Jorge Faria teve que ceder, mais uma vez, e aceitar a proposta do PSD para que o público possa intervir em todas as reuniões. Além disso, o tempo de intervenção do público passa de cinco para dez minutos, sob proposta do PSD.

Jorge Faria sugeriu que as reuniões passem a ser transmitidas através da plataforma Youtube e ficarem sempre disponíveis. Até agora, eram transmitidas em directo e apagadas após 15 dias.

Jorge Faria optou por retirar o último ponto da ordem de trabalhos quando percebeu que toda a oposição não se mostrou favorável a discutir as 31 competências delegadas no presidente. Rui Madeira afirmou que o presidente vai ficar com uma grande concentração de poder e que não foi essa a expressão dos resultados eleitorais.

Apelos à coesão e cooperação

Durante a tomada de posse, que se realizou no dia anterior, Jorge Faria já tinha dado a conhecer a existência de negociações com o PSD para a atribuição de pelouros e de um vereador a tempo inteiro no executivo. Jorge Faria lamentou que não se tenha chegado a um consenso, mas não explicou as razões para a falta de entendimento.

Durante o discurso de tomada de posse o presidente da Câmara do Entroncamento apelou ao entendimento entre todas as forças políticas, utilizando palavras como “coesão” e “cooperação” entre vereadores e eleitos da assembleia municipal. Jorge Faria considerou que o trabalho dos próximos quatro anos vai ditar se o município vai conseguir tornar-se mais amigo do ambiente e criar mais emprego para fixar jovens. O PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e o próximo quadro comunitário de apoio foram dois aspectos muito vincados pelo presidente reeleito que, de certa forma, resumiu o sucesso dos próximos anos à capacidade que o município tiver em aproveitar-se dos programas para realizar obra e melhorar infra-estruturas.

O PS vai enfrentar o mandato com um executivo composto por três elementos do seu partido (Jorge Faria, Ilda Joaquim e Carlos Amaro), menos um do que no último, três vereadores do PSD (Rui Madeira, Anabela de Carvalho e Rui Gonçalves) e Luís Forinho, do Chega, que substituiu o cabeça de lista Diamantino Graça, que renunciou ao mandato alegando ameaças e coacção dentro do partido.

Luís Alves continua na assembleia municipal

O sufrágio entre as duas listas (PS e PSD) candidatas à Assembleia Municipal do Entroncamento foi outro dos momentos altos da noite, principalmente porque pairava no ar a possibilidade dos partidos de esquerda (BE e CDU) poderem pregar uma partida aos socialistas e votarem à direita. O facto é que isso não aconteceu mantendo-se o socialista Luís Alves como presidente da assembleia municipal, composta por 23 eleitos. O resultado da votação dividiu-se em 11 votos para o PS, 7 para o PSD e 5 votos em branco.

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