Política | 25-11-2022 07:00

Duas uniões de freguesias de Santarém têm caminho aberto para a separação

Duas uniões de freguesias de Santarém têm caminho aberto para a separação
Assembleia Municipal de Santarém pronunciou-se a favor da desagregação de duas uniões de freguesias do concelho por esmagadora maioria.

Assembleia Municipal de Santarém aprovou as propostas de desagregação das Uniões de Freguesias de São Vicente do Paul e Vale de Figueira e de Casével e Vaqueiros.

Cabe agora à Assembleia da República dar a palavra final.

A Assembleia Municipal de Santarém deu luz verde ao processo de desagregação das Uniões de Freguesias de São Vicente do Paul e Vale de Figueira e de Casével e Vaqueiros, com todas as forças políticas a votarem a favor, com excepção do Chega, que se absteve. Falta apenas a Assembleia da República dar o seu aval para separar o que a chamada ‘Lei Relvas’ uniu em 2013.
Na sessão extraordinária da assembleia municipal, realizada na noite de 22 de Novembro, as decisões pela separação dessas freguesias foram aplaudidas por muitos eleitos e também pelas cerca de duas dezenas de cidadãos presentes, tendo várias vozes considerado que se tratava da correcção de um erro cometido em 2013 aquando da agregação dessas freguesias. Os presidentes das duas uniões de freguesias, Ricardo Costa (de São Vicente do Paul e Vale de Figueira) e Miguel Tomás (de Casével e Vaqueiros) congratularam-se pela decisão e, nas suas intervenções, deixaram agradecimentos a todos os que contribuíram para se chegar a esse momento.

PSD e PS trocam mimos
De resto, a discussão dessas duas propostas serviu também para ajustes de contas e troca de piropos entre as bancadas do PS e PSD. Os socialistas abriram as hostilidades por Rui Barreiro, que enfatizou o facto de se estar a “corrigir um erro grave” cometido por um Governo PSD “que deixou feridas nas populações”. Jorge Rodrigues, líder da bancada do PSD, respondeu lembrando que a reorganização administrativa que levou à agregação de freguesias decorreu do memorando assinado pelo Governo socialista de José Sócrates com a troika.
Os socialistas acusaram ainda o PSD de ter desenhado um mapa de freguesias em Santarém com objectivos eleitorais de conquista de freguesias. “A Gançaria é uma freguesia pequena e não foi agregada e a Romeira foi. Porquê?”, questionou o socialista Luís Batista, perguntando ainda, ironicamente, quantos municípios agregou o PSD nessa reorganização administrativa. “Nem um!”.
O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), interveio para pôr água na fervura e os ânimos serenaram. “O que lamentamos é o sub-financiamento das freguesias. Deviam ter a possibilidade de fazer mais pelas suas populações. O foco deve ser agora que todos os partidos reivindiquem mais financiamento e competências reforçadas para as freguesias”, afirmou.

O regresso do ex-presidente da Junta de Vaqueiros
CDU, Bloco de Esquerda e CDS votaram a favor saudando as propostas enquanto os dois eleitos do Chega optaram pela abstenção defendendo que devia ter sido feito um referendo prévio às populações. Do público, registaram-se três intervenções. O ex-presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros, Firmino Oliveira, que há uma década reagiu violentamente em plena assembleia à extinção da sua freguesia, desta vez surgiu mais calmo e agradeceu a decisão em nome do movimento cívico pela restauração da freguesia de Vaqueiros. Mário Gaudêncio, ex-presidente da Assembleia de Freguesia de Vale de Figueira, e Vítor Franco, dirigente do Bloco de Esquerda, foram os outros oradores. O bloquista enalteceu o “esforço heróico” dos movimentos de cidadãos que não se conformaram e que lutaram pela reposição das suas freguesias.

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