Oposição diz que orçamento da Chamusca é obra de um executivo pouco democrático

CDU e coligação PSD/CDS na Câmara da Chamusca votaram contra o orçamento municipal apresentado pela maioria socialista. Oposição considera que o documento não responde às necessidades das populações.
O orçamento da Câmara Municipal da Chamusca para 2023 é de cerca de 19 milhões de euros e foi aprovado pela maioria socialista, com os votos contra da CDU e da coligação encabeçada pelo PSD/CDS. A oposição refere não ter sido ouvida na elaboração do documento e classifica-o como “uma verdadeira assumpção de opções políticas” por parte dos três elementos socialistas no executivo. Da verba total, fazem parte cerca de cinco milhões de euros que transitam em saldo de gerência.
A declaração de voto lida pela vereadora Gisela Matias (CDU) começa por afirmar que o documento “assenta praticamente no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) como suposto veículo dinamizador de projectos estruturantes, sendo que, este exercício técnico, fica aquém das necessidades da realidade do concelho”. Para a autarca, o orçamento não responde às necessidades das populações na área social, na criação de novos postos de trabalho, na fixação de jovens, e no apoio ao desenvolvimento das freguesias. É uma verdadeira assumpção de opções políticas (…) e reflecte uma postura política que não vai ao encontro dos princípios agregadores que devem fazer parte do poder local democrático. É um documento construído apenas pela maioria do executivo, não tendo sido sequer os vereadores da oposição chamados para uma análise prévia ou mesmo para, em tempo útil, darem contributos que pudessem ser estudados e eventualmente incluídos neste documento”, afirmou, acrescentando que a CDU não compactua com sobrancerias nem com “atitudes de poder absoluto que fazem lembrar outros tempos”.
Orçamento assente
em fundos comunitários
O orçamento da Câmara da Chamusca para 2023 tem como prioridade investimentos com financiamento de fundos comunitários europeus. As despesas com os recursos humanos representam uma grande fatia do orçamento, assim como os projectos de mobilidade e requalificação urbana, que decorrem na Chamusca há alguns meses. A transferência de competências para as juntas de freguesia também vai implicar verbas elevadas. As obras da escola sede, das piscinas municipais e do arquivo histórico municipal ainda vão demorar a concluir e é quase certo que vão obrigar a mais investimento por parte da autarquia. A requalificação da estrada do Pereiro, que liga Ulme ao Semideiro, também está contemplada neste orçamento, prevendo-se um custo superior a 2,5 milhões de euros.