Barragem e Museu dos Patudos são prioridades em Alpiarça

Câmara de Alpiarça aprovou um orçamento de 13 milhões de euros para 2023, mais 1,3 milhões de euros do que o do ano corrente. Presidente do município fala num documento “de rigor e sem ficções”.
A Câmara de Alpiarça prevê requalificar e recuperar a Barragem dos Patudos numa parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) com verbas já garantidas. A informação foi dada pela presidente do município, Sónia Sanfona, na última sessão da assembleia municipal. A autarquia vai ter em 2023 um orçamento de “rigor e sem ficções” de cerca de 13 milhões de euros, mais 1,3 milhões de euros do que em 2022, para concretizar medidas que a autarca considera essenciais para o desenvolvimento do concelho. Os documentos foram aprovados pela maioria socialista com a abstenção dos dois vereadores da CDU.
A presidente sublinhou as circunstâncias difíceis que marcaram a elaboração dos documentos previsionais para 2023, com o aumento da inflação, das taxas de juro e dos custos com a electricidade e o gás e a necessidade de incluir os projectos e as medidas mais necessárias para o desenvolvimento do concelho. Sónia Sanfona classificou este orçamento como sendo de continuidade. O objectivo é reforçar a capacidade financeira do município e aproveitar o acesso a fundos comunitários, em particular do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que proporciona financiamento a 100%.
Sónia Sanfona referiu a Casa-Museu dos Patudos como âncora na área do turismo, património e recursos endógenos, sendo vontade do município que venha a integrar a Rede Nacional de Museus, para passar a contar com financiamento da Administração Central. Na área da economia e do emprego Sónia Sanfona disse estar a ser revisto o regulamento da Zona Industrial, para aproveitar a “centralidade enorme” desta infraestrutura e procurar ultrapassar os constrangimentos provocados pela não conclusão do Itinerário Complementar (IC) 3.
Sónia Sanfona lembrou que os municípios de pequena dimensão, como é o caso de Alpiarça, têm dificuldade em gerar receita suficiente para fazerem investimento sem recorrerem a fundos comunitários, pelo que o seu executivo procurará esgotar as possibilidades oferecidas pelos instrumentos de financiamento disponíveis.
Além do reforço das funções sociais, os documentos incluem projectos como os que se inserem na reabilitação urbana e no âmbito da Estratégia Local de Habitação, na área da educação, dos transportes públicos, com inclusão da verba que se destina à comparticipação na constituição da empresa intermunicipal da Lezíria ou da eficiência energética. Para a CDU, que se absteve, os documentos representam as opções da maioria socialista, sinalizando o aumento das despesas correntes pelo segundo ano consecutivo, da ordem dos 1,5 milhões de euros em dois anos.