Vila Franca de Xira volta a recusar contentores da Bobadela
Ministro admite que Castanheira do Ribatejo é possibilidade em cima da mesa mas o autarca de Vila Franca de Xira nem quer imaginar essa possibilidade e diz que não tolerará ver a mudança para o seu território dessas estruturas.
“Nem pensem nisso!” É desta forma que o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, reage à possibilidade de vir a ter no concelho, em particular na Castanheira do Ribatejo, o terminal de contentores que hoje existe na Bobadela (Loures) e que terá de ser deslocalizado por causa das Jornadas Mundiais da Juventude que se realizam em 2023.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, já veio confirmar no início do mês que a Castanheira do Ribatejo é uma das possibilidades de localização em cima da mesa e diz estar apenas a aguardar a conclusão dos estudos que estão a ser realizados pela Infraestruturas de Portugal (IP) e que apontam cinco possíveis locais onde colocar as centenas de contentores existentes na Bobadela.
O autarca de Vila Franca de Xira quer afastar de vez esse fantasma garantindo em reunião de câmara que se opõe e que, tal como a plataforma logística da Castanheira está a operar e como o espaço está estruturado, não terá condições para receber a quantidade de contentores previstos. Sustenta ainda que a plataforma não foi desenhada para armazenar nem movimentar contentores mas sim para operar com naves logísticas.
“Mesmo no projecto de criar o cais fluvial que aprovámos, com o objectivo de reduzir a pressão rodoviária no concelho, nem esse contempla espaço para os contentores de Loures. Esses estudos (da IP) foram encomendados pelo anterior presidente de uma câmara (Loures) que queria livrar-se desses contentores mas a opção Vila Franca de Xira não se coloca”, garante o autarca.
As outras alternativas em cima da mesa apontam para o Carregado (Alenquer), Barreiro, Poceirão ou até Rio Maior, com o novo presidente de Loures a defender agora que também não quer os contentores no seu concelho. Entre os factores que determinarão a decisão final está a proximidade de eixos ferroviários e rodoviários e potenciais impactos do terminal na vida das comunidades.
Segundo a IP está a ser levada a cabo uma análise de viabilidade das soluções técnicas existentes e uma recolha de contributos ou propostas de outras localizações que possam fazer sentido.