Autarca de Torres Novas garante que instalação de start up no ex-edifício da CGD não foi descartada
Pedro Ferreira assegura que instalação de start up no antigo edifício da Caixa Geral de Depósitos, cedido pela câmara municipal a uma empresa privada, vai avançar caso a candidatura a fundos comunitários seja aprovada.
A Câmara de Torres Novas não desistiu de instalar uma start up no antigo edifício da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que foi entretanto cedido à Medical Knowledge Academy (MKA), uma empresa privada da área da saúde com sede em Braga. A garantia foi dada pelo presidente do município, Pedro Ferreira (PS), em resposta à Lusa, acrescentando que o protocolo de cedência do espaço a privados visou “não perder uma oportunidade importante para Torres Novas e para a região no campo da medicina, com interligações à Universidade do Minho e à Cooperativa de Ensino Superior Politécnico, para desenvolvimento e capacitação de um Centro de Investigação Clínica em Torres Novas”.
Pedro Ferreira vincou ser “completamente falso" que o município tenha "desistido de implantar" o "edifício principal" da start up Torres Novas no imóvel que foi da Caixa Geral de Depósitos e que o município adquiriu em 2020. “O município tem um projecto de arquitectura de interiores completo a aguardar candidaturas nos programas comunitários 2030, PRR ou ITI, pelo que, com candidatura aprovada, a MKA terá que procurar outra alternativa de espaço”, disse.
O autarca socialista realçou ainda que o protocolo assinado com a MKA, aprovado por unanimidade pelo executivo municipal, inclui uma alínea que prevê diligências para encontrar “uma alternativa ao imóvel agora cedido, caso o município determine diferente finalidade” para o mesmo.
O Bloco de Esquerda (BE) de Torres Novas, recorde-se, demonstrou num comunicado o seu desagrado em relação à cedência do edifício que foi sede da CGD à MKA, por significar o abandono da ideia inicial, ou seja, da implementação da start up Torres Novas naquele imóvel. A concelhia bloquista questionou ainda o executivo da câmara municipal sobre o que aconteceu ao projeto EVA – Equipa para uma Vida Ativa e se, ao receber o projecto CEOS – Centro de Estudos Observacionais em Saúde, apresentado pela MKA, “diligenciou para conhecer o perfil e o historial” da empresa. "Não se detectou que esta empresa era propriedade das três empresas consultadas para a implementação do projeto EVA? Não se teve em conta a experiência, que tudo indica negativa com uma delas? Se, apesar de tudo, decidiram assinar o protocolo, exige-se saber porquê”, refere o BE.
Sobre o projeto EVA, Pedro Ferreira afirmou que “não foi concluído em tempo oportuno, por não terem sido disponibilizados logo de início pela ARSLVT [Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo] os cerca de sete mil doentes com mais de 70 anos, número que serviu de base ao valor contratualizado”.