Política | 07-05-2023 15:00

Comunistas abandonam Assembleia Municipal de Alpiarça zangados com a presidente

Comunistas abandonam Assembleia Municipal de Alpiarça zangados com a presidente
Mário Pereira, eleito da bancada da CDU, não gostou que a presidente da Assembleia Municipal de Alpiarça, a socialista Regina Ferreira, não lhe tenha dado a palavra

O anterior presidente da Câmara de Alpiarça, o comunista Mário Pereira, que actualmente lidera a bancada da CDU na assembleia municipal, não gostou que a presidente desse órgão, a socialista Regina Ferreira, não lhe tenha dado a palavra para esclarecer críticas que diz que lhe foram feitas e decidiu abandonar a sessão. Os camaradas de bancada seguiram-no.

Os eleitos da bancada da CDU abandonaram a meio a última sessão da Assembleia Municipal de Alpiarça (AMA), que decorreu na noite de quinta-feira, 27 de Abril, por discordarem da forma como a presidente do órgão, a socialista Regina Ferreira, conduz os trabalhos. O eleito comunista Mário Pereira, anterior presidente da Câmara de Alpiarça, não gostou que não lhe tenha sido dada a palavra depois da actual presidente da câmara, a socialista Sónia Sanfona, ter prestado diversos esclarecimentos, nomeadamente sobre as obras que decorrem na Escola José Relvas.
Sónia Sanfona referiu que o primeiro projecto para obras na escola, iniciado durante o mandato liderado por Mário Pereira, continha informações erradas e que a escola estava a precisar de mais obras do que as que estavam orçamentadas. “A obra iniciou-se em Dezembro de 2021 com um investimento previsto de mais de dois milhões de euros. Depois de todas as alterações e obras complementares que tivemos que fazer tivemos que reprogramar o projecto e o investimento da obra está, actualmente, em cerca de três milhões e meio de euros”, criticou a autarca.
Mário Pereira não gostou do que ouviu e quis prestar esclarecimentos enquanto anterior presidente do município, mas a presidente da AMA não lhe deu a palavra uma vez que, alegou Regina Ferreira, o regimento não prevê que os eleitos falem depois dos esclarecimentos da presidente de câmara. “A senhora presidente da câmara falou de assuntos que envolvem a minha actuação enquanto anterior presidente do município. A senhora presidente da assembleia municipal não me dá hipótese de repor aquilo que acho ser justo. Não acho que neste caso esteja em causa uma questão de regimento mas de bom senso”, alegou Mário Pereira.
Já anteriormente Mário Pereira tinha questionado Regina Ferreira sobre o facto de achar que a presidente da assembleia municipal está “sempre impaciente” durante as intervenções dos eleitos da CDU, “o que não acontece com os eleitos das outras bancadas”, tendo Regina Ferreira negado que assim seja. Também João Osório (CDU) criticou a postura de Regina Ferreira na condução dos trabalhos, explicando que a gestão do tempo é feita pela presidente da AMA mas que existe a oportunidade dos vários deputados falarem “várias vezes”.
Como Regina Ferreira não deu a palavra a Mário Pereira o eleito levantou-se e abandonou a sala tendo sido acompanhado pelos seus camaradas de bancada quando estava a decorrer o início do período da ordem do dia. Já sem os eleitos da CDU no auditório, Regina Ferreira disse que se o regimento da AMA não serve, apesar de ter sido aprovado o ano passado por unanimidade, poderá ser feito novo regimento. “Não posso dar a palavra a um e não dar a outro. Tem que haver uniformidade”, justificou.
A presidente da Câmara de Alpiarça, Sónia Sanfona (PS), criticou a postura da bancada da CDU e afirmou que a posição que os eleitos da CDU tomaram “é uma evidência de que a bancada da CDU não tem nada a discutir em relação ao concelho de Alpiarça, nomeadamente o ponto das contas do município, um documento tão importante para o concelho”. A sessão prosseguiu uma vez que existia quórum.

Armindo Batata, único eleito do PSD na Assembleia Municipal de Alpiarça, renunciou ao mandato

Eleito do PSD renuncia ao mandato

O eleito Armindo Batata, da bancada do PSD, apresentou renúncia ao mandato e já não participou na assembleia municipal evocativa do 25 de Abril, nem na sessão ordinária que decorreu dois dias depois. No entanto, Armindo Batata esteve a assistir à assembleia e interveio durante o período do público onde questionou a presidente do município sobre a falta de médicos no concelho e a falta de água na barragem dos Patudos. Questionado por O MIRANTE Armindo Batata afirmou ter apresentado renúncia ao mandato por não se rever na forma como decorre a gestão dos trabalhos e não quis acrescentar mais declarações sobre o assunto.

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