PCP denuncia ameaças e vandalizações em Rio Maior
Cartazes de propaganda e a sede dos comunistas em Rio Maior apareceram com inscrições a dizer “Moca neles” e “13-07-1975”, remetendo para a data em que a sede do partido foi incendiada e que chegou a ser feriado municipal.
A sede do PCP em Rio Maior e os cartazes com propaganda do partido na cidade foram vandalizados por desconhecidos, num acto de intolerância política que remete para os tempos do chamado ‘Verão Quente” de 1975. “Moca neles” e “13-07-1975” foram as inscrições deixadas nos cartazes e na sede do Partido Comunista.
A data evocada remete para o dia em que centenas de agricultores se juntaram perto do antigo Grémio da Lavoura em Rio Maior, para evitar que esse fosse ocupado pelos comunistas, como corria na altura. Segundo rezam as crónicas, milhares de pessoas uniram-se aos agricultores. As sedes do Partido Comunista e da Frente Socialista Popular em Rio Maior foram destruídas. É desse episódio que nasce a fama da moca de Rio Maior, símbolo da oposição à esquerda comunista num tempo em que o país esteve à beira da guerra civil. Rio Maior foi uma espécie de fronteira entre o norte e o sul.
Quarenta e oito anos depois, Augusto Figueiredo, dirigente do PCP de Rio Maior e ex-vereador desse município, lamenta “as ameaças e vandalizações que os comunistas estão a ser alvos em Rio Maior”. E acrescenta: “A data de 13/7/1975 foi o dia que os reaccionários, a mando dos senhores da contra-revolução, assaltaram e queimaram o centro de trabalho do PCP, em Rio Maior. Esta data chegou a ser feriado municipal! As ameaças e as provocações continuam mas a nossa resistência e luta pela Liberdade e a Democracia também!”.