Autarcas alertam para “normalização” do encerramento de serviços no Hospital de Santarém
Os problemas por que passa o Hospital Distrital de Santarém devido à falta de médicos foi tema de discussão política na última reunião do executivo da Câmara de Santarém. Autarcas estão preocupados com os constantes encerramentos de serviços nessa unidade de saúde.
Está a assistir-se a uma “normalização” preocupante do encerramento de serviços no Hospital Distrital de Santarém (HDS) e é urgente encontrarem-se soluções para um problema que tem vindo a agravar-se e que é resultado, sobretudo, da falta de médicos, que se estende também aos centros de saúde. O alerta foi deixado na última reunião do executivo da Câmara de Santarém, tanto pelo vereador Pedro Frazão (Chega) como pelo presidente do município Ricardo Gonçalves (PSD), que apontaram o dedo ao Governo socialista pela incapacidade em resolver os problemas que afectam o Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Não se pode escamotear, aceitou-se uma normalização de encerramentos inaceitável”, sublinhou Ricardo Gonçalves, acrescentando com ironia que, apesar de haver falta de médicos anestesistas, parece que se conseguiu anestesiar a opinião pública em relação a essa questão.
Pelo meio, o vereador e deputado do PS Manuel Afonso tentou amenizar o tom crítico referindo que o HDS “presta cuidados e presta bem”, embora reconheça que há “dificuldades que têm de ser ultrapassadas” e que “essa preocupação existe e é permanente”. O autarca socialista disse que a administração e os profissionais do HDS estão a fazer o melhor possível tendo em conta o actual cenário de escassez de médicos. “Não há nenhuma instituição que não passe por essas situações. Roma e Pavia não se fizeram num dia”, declarou Manuel Afonso, defendendo que o SNS não deve ser arma de arremesso para a luta partidária mas sim fonte de “colaboração e cooperação entre as pessoas” no sentido da resolução dos problemas.
O vice-presidente do município, João Leite (PSD), deitou mais achas para a fogueira, começando por lamentar a intervenção de Manuel Afonso e vincando que “o que está em causa é a incapacidade do Governo, em funções há oito anos, que é replicada pelo país fora”. Realçando que o Hospital Distrital de Santarém tem tido uma “capacidade sobre-humana para dar a resposta possível”, João Leite reforçou, dirigindo-se a Manuel Afonso, que “tentar diminuir o impacto político de uma incapacidade de resposta é grave”. E disse que hoje o país está a sofrer por causa da “cegueira ideológica” de um primeiro-ministro que, por causa dos acordos com partidos da extrema-esquerda, retirou da resposta de cuidados de saúde às populações entidades do sector privado e social.