PCP reivindica reabertura das urgências nocturnas do SAP em Coruche
Secretário-geral do Partido Comunista Português, Paulo Raimundo, esteve esta quinta-feira, 16 de Novembro, com utentes do Centro de Saúde de Coruche onde vários cidadãos esperavam, desde as primeiras horas da manhã, por uma consulta.
O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, reuniu esta quinta-feira, 16 de Novembro, com utentes do Centro de Saúde de Coruche, onde se exige a reabertura das urgências nocturnas do SAP (Serviço de Atendimento Permanente). Segundo nota de imprensa, no local estava vários cidadãos à espera, desde as primeiras horas da manhã, por uma consulta. “Defender e reforçar o SNS, fixar e valorizar os seus profissionais é o compromisso de todos os dias que o PCP assume para com o povo português”, afirma Paulo Raimundo, citado em nota de imprensa.
Esta é uma situação recorrente e uma reivindicação antiga no concelho de Coruche. Recentemente, o presidente da Câmara de Coruche, o socialista Francisco Oliveira, afirmou que fazia sentido reactivar um diploma que em tempos esteve em cima da mesa que era no Centro de Saúde de Coruche criar um Serviço de Urgência Básica (SUB) que pudesse “fazer esse atendimento médico mas também exames, por forma a servir a população do sul do distrito, dos concelhos de Coruche, Salvaterra de Magos e Benavente”, sublinhou.
“No Centro de Saúde de Coruche foram feitas obras estruturais para acolher o SUB, nunca foram é colocados os médicos e os meios de diagnóstico para que funcionasse”, lembra Francisco Oliveira. Relativamente ao que aconteceu durante a pandemia de Covid-19, o autarca socialista explicou que reduziram o horário de funcionamento do SAP e alegaram que tinham de prestar cuidados de saúde à população, nomeadamente de vacinação, reduzindo o horário de funcionamento para entre as 08h00 e as 20h00, o que, realça, não serve a população do concelho.
“Face à distância que Coruche está do Hospital Distrital de Santarém, da sede do concelho 40 quilómetros, das freguesias mais distantes 60 quilómetros, isto de facto torna muito complicada a assistência médica à população”, considerou Francisco Oliveira. Por outro lado, a reabertura plena do SAP serviria para aliviar também o constrangimento dos bombeiros municipais [de Coruche], porque não havendo um serviço de emergência no Centro de Saúde, têm de deslocar os doentes para Santarém, ou eventualmente para Vila Franca de Xira. O autarca reforça que “se uma ou duas ambulâncias ficam com macas retidas no Hospital de Santarém é óbvio que ficamos também limitados na prestação de socorro às nossas populações”.
O presidente da câmara, que em 2019 criticou a descentralização de competências na saúde, disse ainda continuar “a ser crítico” do processo, que foi “muito bem enrolado”. “Acabámos por aceitar essas competências na área da saúde para não condicionar o acesso aos fundos comunitários, designadamente em termos de PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] para a reabilitação das unidades de saúde”, admitiu Francisco Oliveira.
No caso de Coruche, “estão previstos cerca de 400 mil euros de investimento, que tem a ver com climatização, equipamentos de raio-X” e outros investimentos, “para criar condições de trabalho aos médicos, assistentes, e à população com essas obras. Ainda não está completamente resolvido, estamos à espera de encerrar alguns dossiês, que têm que ver com a assunção de responsabilidades ao nível da segurança, da higiene e limpeza e um conjunto de áreas que transitaram para a responsabilidade do município, mas já temos essa responsabilidade do nosso lado”, concluiu. O autarca, que não coloca em causa as verbas contratualizadas no auto de transferência, considerou, no entanto, que “são manifestamente insuficientes para a manutenção dos edifícios”.
Fotos D.R.